Prefeitura capacita psicólogos para abordagem terapêutica de pacientes com comportamento autolesivo

Por Prefeitura de Manaus

24/07/2023 17h49

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Reforçando ações de prevenção ao suicídio, a Prefeitura de Manaus realiza um treinamento para psicólogos da rede pública de saúde com foco na Terapia Comportamental Dialética (DBT), abordagem terapêutica para manejo clínico de pacientes com comportamentos de risco de suicídio e autolesivos. Coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), a programação inicia nesta terça-feira, 25/7.

O treinamento terá a participação de 60 profissionais da psicologia, dos quais 45, são servidores da rede municipal de saúde, dez da rede de atenção à saúde indígena de Manaus e do interior do estado, e cinco do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Doutor Silvério Tundis, da rede estadual, atuantes no tratamento de pessoas com desregulação emocional global que exibem comportamentos de risco de suicídio e autolesivos.

Segundo a chefe da Divisão da Rede de Atenção Psicossocial da Semsa, Jeane Leite, o curso acontece em resposta a demandas relacionadas a suicídios na capital, dando seguimento às ações da pasta municipal de qualificação dos servidores para atendimento às situações de ideação suicida e tentativas de suicídio, e visando ainda a ampliação do escopo das práticas clínicas e da atenção integral à saúde.

“Este treinamento vai trazer impactos significativos na abordagem ao paciente com comportamento suicida”, pontua Jeane, ressaltando o fato de o curso reunir trabalhadores da rede de atenção psicossocial que atuam diretamente junto aos pacientes, e de ter abrangência além da rede municipal, alcançando também aldeias indígenas e usuários atendidos na rede estadual pelo Caps Silvério Tundis.

Terapia

A DBT, conforme explica Jeane Leite, é uma terapia desenvolvida pela psicóloga norte-americana Marsha Linehan e voltada originalmente para pacientes cronicamente suicidas ou pessoas com desregulação emocional que apresentam condutas de risco de suicídio e de autolesão.

“Foi a primeira psicoterapia com efetividade demonstrada por meio de ensaios clínicos controlados com pacientes desse quadro clínico, e desde lá vários outros ensaios reafirmaram sua efetividade, inclusive em uma gama de outros transtornos”, aponta a gestora.

A psicoterapia une psicoterapia individual, treinamento de habilidades em grupo, coaching por telefone e uma equipe de consultoria para os terapeutas. Conforme Jeane, evidências científicas apontam que a abordagem terapêutica tem efetividade clínica também em casos de transtornos alimentares e aditivos, entre outros.

“Um número crescente de estudos sugere que o treinamento de habilidades é uma intervenção promissora para diversas populações, como pessoas com problemas de alcoolismo, famílias de indivíduos suicidas, vítimas de violência doméstica e outros”, explica.

Jeane assinala que as taxas mundiais de suicídio no mundo e nas Américas vêm crescendo significativamente, com base em dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Inclusive, entre jovens de 15 a 29 anos, ele aparece como a quarta causa de morte mais recorrente, atrás de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal”.

Programação

O treinamento em DBT será dividido em duas turmas, ambas com carga horária de 80 horas, respectivamente nos horários matutino, das 8h às 12h, e vespertino, das 14h às 17h. A programação seguirá ao longo dos meses de julho a novembro, durante uma semana a cada mês, com atividades na Defensoria Pública do Estado do Amazonas e na Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas.

O curso será realizado pela DBT Amazônia, instituição de referência na região Norte em DBT, e ministrado por profissionais com capacitação nacional e internacional na área, além de ampla experiência clínica.

A formação terá atividades práticas e teóricas, abrangendo conteúdos como técnicas e estratégias de atuação da equipe diante de comportamentos de risco em saúde mental, princípios teóricos e filosóficos da DBT, estratégias dialéticas, treinamento de habilidades, comportamentos que interferem no tratamento e intervenção em crise, entre outros.

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Texto – Jony Clay Borges / Semsa

Foto – Divulgação / Semsa