Profissionais de saúde são mobilizados para reforço no diagnóstico precoce da hanseníase

Por Prefeitura de Manaus

05/05/2025 16h15

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diagnóstico precoce da hanseníase

Com 18 casos novos de hanseníase registrados este ano na cidade, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou, nesta segunda-feira, 5/5, no auditório da Unidade de Saúde da Família (USF) Armando Mendes, bairro Cidade Nova, zona Norte, o treinamento de profissionais em “Mobilização e Sensibilização à Hanseníase”.

De acordo com a chefe de Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, Ana Cristina Silva Malveira, o treinamento reuniu profissionais das USFs Armando Mendes e Balbina Mestrinho, localizadas no bairro Cidade Nova (zona Norte), representando a primeira etapa de uma série de treinamentos que pretende envolver 1.200 trabalhadores de nível fundamental e médio da Atenção Primária à Saúde (APS).

“A ideia reforça a capacitação dos servidores da Semsa que trabalham no acolhimento da população que procura as Unidades de Saúde para realização de exames dermatológicos. Com isso, os profissionais poderão multiplicar as informações sobre a doença para a comunidade e orientar melhor a população que procura atendimento”, explicou Ana Cristina.

A programação vai ocorrer entre maio e julho de 2025, reunindo profissionais dos Distritos de Saúde (Disas) Norte, Sul, Leste, Oeste e Rural, e será desenvolvida em serviço, dentro das Unidades de Saúde. O conteúdo programático inclui temas como o conceito de Hanseníase; acolhimento às pessoas com hanseníase e seus familiares; a situação atual da hanseníase no Brasil, Amazonas e Manaus; prevenção e como suspeitar da doença; diagnóstico; acompanhamento do tratamento; e complicações da hanseníase e prevenção das incapacidades e deformidades físicas.

Ana Cristina Malveira destacou que um dos objetivos do treinamento é incrementar a detecção de casos novos da hanseníase e o diagnóstico em tempo oportuno, buscando reduzir o percentual de casos novos da doença diagnosticados com avançado grau de incapacidade.

Em 2024, cerca de 13% dos diagnósticos de hanseníase em Manaus foram realizados na fase mais avançada da doença, o que demonstra a importância de ações de prevenção e diagnóstico precoce para controle da hanseníase.

“As pessoas que trabalham no acolhimento nas Unidades de Saúde têm o primeiro contato com os usuários dos serviços de saúde e podem colaborar com orientações ao paciente sobre a doença e os serviços de saúde”, apontou Ana Malveira.

A primeira etapa do treinamento segue até sexta-feira, 9/5, com atividades direcionadas para profissionais da zona Norte, nas Unidades de Saúde Prefeito Manoel Ribeiro (Cidade de Deus), Frank Abrahim (Novo Aleixo), Prefeito Amazonino Mendes (Lago Azul) e Carlson Gracie (Nova Cidade).

Hanseníase

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, que afeta principalmente a pele e os nervos periféricos, podendo causar deformidades e incapacidades físicas caso o diagnóstico seja tardio. Em 2024, Manaus registrou 90 casos novos de hanseníase, com 100 casos diagnosticados em 2023.

A transmissão da hanseníase ocorre de uma pessoa infectada pelo bacilo (sem tratamento) para uma pessoa sadia, por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro. As chances de transmissão são maiores quando o contato com a pessoa doente é próximo e prolongado. Também é importante realizar a investigação dos contatos que convivem ou conviveram, de forma prolongada, com pessoas diagnosticadas com hanseníase, identificando de forma precoce possíveis novos casos.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado da doença são as principais formas de prevenir deficiências físicas decorrentes da hanseníase.

Os sintomas da hanseníase incluem: manchas na pele esbranquiçadas, amarronzadas ou avermelhadas, em qualquer parte do corpo, com perda de sensibilidade ao calor, ao frio, a dor e ao tato, que são mais frequentes nos braços, pernas e costas, mas podem aparecer no corpo inteiro; Sensação de fisgada, choque, dormência, câimbras e formigamento em algumas áreas dos braços, mãos, pernas ou pés; Inchaço e dor nas mãos, pés e articulações; Diminuição do suor e dos pelos, principalmente nas sobrancelhas; Redução da força muscular, sobretudo nas mãos (dificuldade para segurar objetos) ou nos pés.

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Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa

Fotos – Divulgação / Semsa