Maternidade da prefeitura promove evento alusivo ao ‘Novembro Roxo’

Por Prefeitura de Manaus

22/11/2023 15h31

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Novembro Roxo
#paratodosverem Profissionais da área da saúde realizando mesa-redonda para servidores públicos

A Maternidade Dr. Moura Tapajóz (MMT), da Prefeitura de Manaus, promoveu, nesta quarta-feira, 22/11, uma programação de prevenção e conscientização alusiva ao Dia Mundial da Prematuridade, celebrado em 17 de novembro, e a campanha “Novembro Roxo”, que alerta as famílias e toda sociedade sobre o crescente número de partos prematuros, como preveni-los, e informa a respeito das consequências do nascimento antecipado para o bebê.

“Pequenas ações, grande impacto: contato pele a pele imediato para todos os bebês, em todos os lugares” é o tema global do Dia Mundial da Prematuridade e do Novembro Roxo deste ano.

Representando a Subsecretaria de Gestão da Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), a médica ginecologista e obstetra Lana de Lourdes Aguiar Lima destacou a importância de se aplicar e difundir massivamente as mais recentes evidências científicas, como o contato pele a pele imediato.

“O bebê, principalmente o prematuro, nasce ‘desorganizado’, ou seja, sem saber o que é cima, o que é baixo, sem entender de gravidade, sem entender os barulhos. Então, quem ‘organiza’ esse bebê, quem dá a base do desenvolvimento físico e mental, é esse contato inicial com a mãe, com o pai ou com o cuidador responsável e, por isso, o contato pele a pele imediato é tão importante, principalmente para os bebês prematuros, naturalmente mais fragilizados”, ressaltou a médica.

Lana acrescentou que ações simples que reduzam custos e tragam grande resultado, como é o caso do contato pele a pele, necessitam ser implementadas e difundidas o mais rapidamente possível. As vantagens do método pele a pele são o aumento do vínculo mãe-filho, menor tempo de separação entre os dois, estímulo ao aleitamento materno, maior competência e confiança dos pais nos cuidados ao filho de baixo peso, menor número de recém-nascidos em unidades de cuidados intermediários, melhor relacionamento da família com a equipe de saúde, diminuição da infecção hospitalar e menor permanência hospitalar.

“É muito gratificante ver o quanto nossa maternidade vem avançando. Todos empenhados em realizar os processos com cuidado e precisão, seguindo os protocolos com expertise e buscando sempre o melhor atendimento para nossos usuários”, declarou a enfermeira obstetra Núbia Pereira da Cruz, diretora da MMT.

Núbia lembrou que, como hospital Amigo da Criança, a Moura Tapajóz já tem como prioridade a separação zero e o contato pele a pele e, no caso dos bebês prematuros, disponibiliza um alojamento para acolher as mães dos bebês internados na UTI Neonatal da unidade.

O alojamento, conhecido como albergue, garante um maior contato da mãe com o bebê e uma maior qualidade na atenção às mães que, no período delicado do pós-parto, precisam permanecer na maternidade para acompanhar seus recém-nascidos internados.

“Anteriormente, a orientação era de que o bebê ficasse em contato pele a pele com a mãe por pelo menos uma hora ao dia. Hoje, entretanto, os estudos comprovam que esse tempo tem que ser bem maior para redução dos riscos das mortalidades. Aqui na Moura, conversamos com as famílias para que elas entendam a importância do seu papel no processo. A família é chamada para estar dentro da unidade neonatal, para ser parte do cuidado, parte da equipe”, ressaltou a médica neonatologista e coordenadora do Ambulatório de Follow Up da MMT, Briza Rocha.

Nesta quarta-feira, a programação foi iniciada com uma palestra sobre os “Benefícios do Contato Pele a Pele para Neuroproteção dos Prematuros”, com a médica neuropediatra do Ambulatório de Seguimento do Bebê de Risco da Moura Tapajóz, Marília Abtibol.

Já a mesa-redonda teve como tema os “Desafios para Implementação do Contato Pele a Pele na Cesárea” e contou com a participação da médica obstetra Cristiane Oliveira Pacheco; da médica neonatologista e chefe da Divisão Clínica da MMT, Sigrid Marcela Rodrigues do Nascimento; do enfermeiro Everson Gustavo Meirelles; da médica anestesiologista Mônica Santos e do técnico de enfermagem Daniel Christian Pompeu Ângelo.

“Foi uma decisão muito assertiva da maternidade ter organizado uma mesa-redonda multidisciplinar. Sabemos que, para alcançar a excelência, a sensibilização tem que envolver todos, acontecer em todas as categorias, pois todos têm um papel imprescindível para a melhoria do cuidado e no processo de redução da mortalidade”, afirmou a neonatologista e chefe da Divisão Clínica da MMT, Sigrid Marcela Rodrigues do Nascimento.

Prematuridade

A condição é a principal causa de mortalidade infantil antes dos cinco anos de idade no mundo. Segundo as informações da Organização Não Governamental (ONG) prematuridade.com, o Brasil é o décimo país no ranking mundial de partos prematuros e, em 2021, eles representaram 11,8% dos nascimentos. Na região Norte, esse percentual sobe para 14,1%. O município de Manaus, no entanto, apresentou uma redução de 8,75% em 2020, para 8,25% em 2021, no mesmo período, números bem abaixo da média nacional.

A prematuridade extrema ocorre quando o bebê nasce com menos de 28 semanas de gestação. Já a prematuridade tardia acontece entre 34 e 36 semanas e seis dias. Porém, sem um acompanhamento especializado, ambas as situações podem trazer consequências para a criança.

Ainda segundo a ONG prematuridade.com, as crianças que nascem precocemente, além do risco alto de mortalidade, também podem ter outros problemas, como dificuldades no desenvolvimento digestivo, respiratório, de linguagem e do desenvolvimento global.

Entre as principais causas obstétricas para a prematuridade, estão a hipertensão materna, a diabetes gestacional e a pressão alta ou pré-eclâmpsia. Outros fatores também podem levar ao parto prematuro, como o hábito de fumar, o consumo de álcool, drogas, estresse, infecções do trato urinário, sangramento vaginal, obesidade, baixo peso e distúrbios de coagulação.

Doação de leite humano

Os bebês prematuros são os principais receptores do leite humano doado à Maternidade Dr. Moura Tapajóz. “Muitas vezes, as mães de bebês prematuros não conseguem amamentar. E o leite humano é o melhor alimento para qualquer criança e é fundamental para os bebês que estão doentes, principalmente os internados nas UTIs neonatais. Então, as doações podem literalmente salvar vidas”, destacou Núbia Cruz.

Toda mulher saudável que esteja amamentando pode ser voluntária e ajudar a salvar a vida de vários recém-nascidos, inclusive aquelas que não tiveram seus filhos na Moura Tapajóz.

A doação deve ser agendada via WhatsApp (92 99240-8080), de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, pois a Moura Tapajóz dispõe de um automóvel que vai até a casa das doadoras às terças e quintas-feiras, também das 8h às 17h, buscar o leite doado e entregar novos kits esterilizados para as doações futuras. Lembrando que a doação também pode ser agendada para ser feita presencialmente na sede da maternidade, localizada na avenida Brasil, n°1335, bairro compensa 1, para aquelas mulheres que assim preferirem.

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Texto – Marcella Normando / Semsa

Fotos – Artur Barbosa / Semsa

Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHBqjB4gR6