Semsa busca redução da mortalidade materna
28/05/2013 17h01

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) está intensificando as ações de prevenção ao óbito materno usando estratégias como: fortalecimento das Redes de Atenção à Saúde da Mulher; qualificação da assistência nos serviços de saúde; e investimento no planejamento reprodutivo. Para isso, realizou nesta terça-feira, 28, a 1ª Jornada de Prevenção ao Óbito Materno e de Luta pela Saúde da Mulher.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Evandro Melo, a Semsa quer reduzir o índice de mortalidade materna no município de Manaus, que, no ano de 2012, registrou uma razão de 53,6 óbitos por 100 mil nascidos vivos, quase a metade do registrado em 2009, quando o número chegou a 98,6/100.000 nascidos vivos. A principal causa de morte materna em Manaus é infecção puerperal (período após o parto), seguido de hipertensão arterial e hemorragias.
O evento, realizado no auditório da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA/UEA), contou com a participação de profissionais de saúde, responsáveis técnicos pelo programa Saúde da Mulher, representantes de instituições de ensino e de associações profissionais, tendo como finalidade proporcionar um espaço para troca de informações atualizadas sobre o tema entre as entidades que contribuem para a redução da mortalidade materna e a melhoria da qualidade da assistência à mulher.
A chefe do Núcleo de Saúde da Mulher da Semsa, Rita de Cássia Castro de Jesus, explicou que pelo menos 90% dos casos de óbitos maternos registrados em todo o Brasil podem ser evitados, mas para isso é preciso que se continue investindo na qualificação da assistência à grávida, tanto em relação aos profissionais de saúde quanto as redes de atendimento desde o pré-natal até o caso de gravidez de alto risco.
“Iniciar o pré-natal precocemente, até o quarto mês de gestação, é um fator importante no combate à mortalidade materna. Atualmente, apenas 52% das grávidas atendidas na Atenção Básica iniciam o pré-natal antes do quarto mês de gestação, mesmo que o serviço esteja disponível em 100% das Unidades de Saúde do município”, informou Rita de Cássia.
Em 2011, a razão de mortalidade materna no Brasil ficou em 63,9/100.000 nascidos vivos. Para atingir a meta prevista nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), o Brasil precisa reduzir para número igual ou inferior a 35 óbitos maternos por cada grupo de 100 mil nascidos vivos, até 2015. O Plano Plurianual de Saúde 2010/2013, do município de Manaus, tem como meta registrar uma razão de até 50/100.000 nascidos vivos no ano de 2013, mantendo a redução anual dos casos de mortalidade.
De acordo com Rita de Cássia, tão importante quanto atingir as metas estabelecidas e reduzir o número de casos, é essencial conscientizar a sociedade de que o combate à mortalidade materna depende de um conjunto de ações, que irão envolver não somente a mulher e os profissionais de saúde, mas também a família como um todo.
“Uma das nossas metas é fortalecer cada vez mais o planejamento reprodutivo, E nesse sentido o planejamento familiar é essencial, lembrando que a Semsa disponibiliza os insumos necessários ao planejamento reprodutivo em todas as Unidades de Saúde”, destacou Rita de Cássia.
Rede Cegonha
Uma das estratégias do Ministério da Saúde para o combate à mortalidade materna é a Rede Cegonha, que sistematiza e institucionaliza um modelo de atenção ao parto e nascimento que garante às mulheres e às crianças uma assistência humanizada e de qualidade, permitindo vivenciar a experiência da gravidez, do parto e do nascimento com segurança e dignidade.
A gerente da Rede Cegonha na Semsa, enfermeira Sonja Girão Farias, explicou durante a Jornada de Prevenção ao Óbito Materno que dentro da estratégia são trabalhados componentes como o pré-natal, parto e nascimento, puerpério, atenção integral à Saúde da Criança, o Sistema
Logística
Segundo informações do Ministério da Saúde, a Rede Cegonha pretende a implementação de um modelo de atenção à saúde da mulher e saúde da criança com foco na atenção ao parto e ao nascimento, e no desenvolvimento infantil de zero aos 24 meses; a organização de uma Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil que garanta acesso, acolhimento e resolutividade; e a redução da mortalidade materna e infantil, com ênfase no componente neonatal.
“Nesse processo, a Semsa está buscando estimular estratégias para captar de forma precoce as grávidas para o acesso ao pré-natal, garantir o acesso aos serviços no caso de gravidez de alto risco, estimular a vinculação da gestante à maternidade onde será realizado o parto, para que a mulher não precise peregrinar em busca de vaga, e garantir o tratamento das doenças sexualmente transmissíveis, bem como oferecer a garantia de acompanhante durante o parto”, informou Sonja Farias.