Semsa adere à campanha para detecção de hanseníase e eliminação de verminose
15/03/2013 23h51

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) vai aderir à Campanha Nacional contra a Hanseníase e Controle das Geohelmintíases (verminoses), que faz parte do Plano Integrado de Ações Estratégicas do Ministério da Saúde. As atividades serão desenvolvidas nas escolas de ensino fundamental da rede municipal e estadual. A meta é examinar cerca de 200 mil estudantes e identificar casos novos de hanseníase e eliminação de verminose em crianças na faixa etária de 5 a 14 anos. A abertura da campanha acontece nesta segunda-feira (18), às 9h, na Escola Municipal Vicente de Paulo (rua Maria Mansour, 805 – Japiim, zona Sul da cidade).
As ações da campanha, que acontecem a partir desta segunda-feira (18) até sexta-feira (22), vão envolver cerca de 364 escolas e serão desenvolvidas em parceria com as secretarias estadual e municipal de Educação e a Secretaria Estadual de Saúde (Susam), por meio da Fundação Alfredo da Mata e da Fundação de Vigilância Sanitária (FVS) com apoio do Ministério da Saúde.
O secretário municipal de Saúde, Evandro Melo, informa que o Ministério da Saúde disponibilizou 300 mil doses do medicamento Albendazol de 400mg que será administrado em dose única. O objetivo é reduzir a carga dos geohelmintos (parasitas intestinais conhecidos como lombrigas, que causam anemia, dor abdominal e diarreia), que podem prejudicar o desenvolvimento e o rendimento escolar da criança.
Para a hanseníase, o secretário explica que o objetivo é aumentar o diagnóstico precoce e identificar locais em que a hanseníase ainda persiste. Os casos suspeitos da doença serão encaminhados à rede básica de saúde para confirmação e tratamento, após a triagem do recebimento de uma Ficha de Auto-Imagem, que será enviada aos pais, os quais deverão inspecionar seus filhos e marcar na imagem a existência ou não de mancha na pele. Na semana da campanha, cada aluno devolverá o formulário e tomará um comprimido Albendazol de 400mg supervisionado por um profissional de saúde ou pelo professor.
Educação
Durante a campanha serão distribuídas cartilhas para orientação dos professores e estudantes com esclarecimentos gerais sobre a doença. Os agentes comunitários de saúde e profissionais da Estratégia de Saúde da Família e Unidades de Saúde visitarão as escolas para diagnosticar e tratar os casos novos, além de buscar os contatos dos casos já diagnosticados, ampliando assim, o acesso à cura.
Segundo o chefe do Controle de Hanseníase da Semsa, Waldenor Guimarães, em
2012, foram detectados, em Manaus, 17 casos de crianças e adolescentes menores de 14 anos com hanseníase e 198 casos em menores acima de 15 anos.
O SUS trabalha para reduzir em 26,9% o coeficiente de detecção de casos novos em menores de 15 anos, aumentar o percentual de cura (90% dos novos) e examinar 80% dos contatos intradomiciliares dos casos novos de hanseníase.
A hanseníase é transmitida de pessoa para pessoa por quem tem contato muito próximo e prolongado com o doente, dentro do núcleo familiar ou da comunidade em que vive. Geralmente não é transmitida dentro de um ônibus ou num local público. A hanseníase tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio. O tratamento, gratuito e eficaz, pode durar de seis meses a um ano.
Termo de Convênio
Nesta sexta-feira (15), o secretário municipal de Saúde, Evandro Melo, assinou um Termo de Convênio de Cooperação Técnica celebrado pelo Estado do Amazonas, por meio da Unidade de Gerenciamento do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (UGPI) com a Semsa, Secretaria Municipal de Educação (Semed), Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) e Secretaria de Estado de Educação (Seduc). O objetivo do convênio, de R$ 1,2 mi, é também combater as verminoses (helmintos) nos alunos das escolas públicas, próximas ao Prosamim I, II e III.
O projeto propõe a implementação de um controle de doenças tropicais negligenciadas prevalentes em Manaus, em particular os helmintos intestinais transmitidos pelo contato com o solo e ingestão de alimento e água, de modo que não sejam uma ameaça para a saúde da população, especialmente para as populações vulneráveis, como mulheres em idade fértil e crianças menores de quinze anos.
Os Helmintos intestinais são transmitidos pelo contato com o solo (STH por sua sigla em Inglês). Esses parasitas afetam o equilíbrio nutricional das pessoas interferindo na absorção de nutrientes, causando sangramento intestinal, como consequência anemia e desnutrição. Eles também podem causar complicações importantes, como a obstrução intestinal ou prolapso retal. Em mulheres em idade fértil infecções por helmintos intestinais são uma causa comum de anemia e desenvolvimento fetal retardado, resultando em uma deterioração da saúde da mãe e da criança.