Manaus assume o protagonismo na discussão de soluções ambientais para as capitais da Amazônia

O Encontro de Secretários de Meio Ambiente das Capitais da Amazônia começou nesta quinta-feira, 20, com a participação de representantes de  quatro das sete capitais da Região Norte convidadas, executivos da Fundação Konrad  Adenauer (entidade financiadora de projetos ambientais em todo o mundo) e especialistas palestrantes para a discussão de alternativas viáveis para criação de soluções em rede voltadas às questões ambientais que afligem as cidades.

A secretária municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Kátia Schweickardt, abriu o evento ressaltando o esforço desencadeado pelas secretarias para estarem presentes e a importância de Manaus, como maior capital da Amazônia, assumir o protagonismo de reunir as cidades em torno da discussão de alternativas para pautas urbanas e ambientais.

O presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (implurb), Roberto Moita, que representou o prefeito Arthur Virgílio Neto na solenidade de abertura, destacou que o grande desafio das cidades hoje é aliar a promoção do desenvolvimento com a redução das desigualdades e a melhoria da qualidade ambiental e urbana, mesmo diante de todos os impactos ambientais que resultam da presença humana.  As discussões no primeiro dia do encontro giraram em torno da necessidade de implementação de políticas de mudanças climáticas nas cidades, com recomendações feitas por especialistas que atuaram como palestrantes.

O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Niro Higushi, fez um balanço das alterações climáticas ocorridas nos últimos anos e a mudança na frequência de fenômenos climáticos, como cheias e secas extremas, indicativos de que é preciso começar o quanto antes a implementar essas políticas. “Aparentemente,  pouca coisa tem sido feita e desde 92 estamos alertando para a situação”, avaliou. O secretário-executivo do Fórum CB27, Nelson Moreira Franco, e o vice-prefeito de Belo Horizonte e coordenador do Fórum de Secretários de Meio Ambiente das Capitais Brasileiras (CB27), Délio Malheiros, deram exemplos de políticas já implementadas nas cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, especificamente.

Délio Malheiros recomendou a parceria com a iniciativa privada para financiamento de projetos. Atualmente, a cidade de Belo Horizonte, segundo ele, trabalha na implantação de sistemas de iluminação pública de LED em duas grandes avenidas da cidade. “Precisamos estabelecer iniciativas que permitam as cidades reduzirem as emissões na prática e trazer parceiros para isso. Evitando as lâmpadas de mercúrio, obtemos uma luminosidade mais eficiente e em cinco ou seis anos conseguimos pagar os financiamentos feitos”, afirmou.

A cidade de Belo Horizonte deu início também a um inventário de árvores em parceria com a Universidade Federal, com a finalidade de implementar uma política pública em relação às árvores. “Das 463 mil árvores existentes na cidade, 190 mil já estão avaliadas, com 56 variantes analisadas, a exemplo da presença de fungos, pragas, raízes, tronco, que permitem avaliar a necessidade de substituição das mesmas”, afirmou. Por meio de parceria com a iniciativa privada, Belo Horizonte, de acordo com o vice-prefeito, vem conseguindo reduzir as emissões de gases de efeito estufa com a geração de energia por meio da utilização de gás metano gerado a partir da decomposição do lixo.

A criação de mecanismos como multas para quem danifica árvores também foi sugerida. “Antes, não cobrávamos pelos danos causados às árvores, mas já temos a valoração de quanto nos custa e vamos estabelecer um modelo de cobrança para quem danifica árvores na cidade. Esse é uma iniciativa que também recomendamos”, afirmou.

À tarde, os secretários de Meio Ambiente de Manaus,  Boa Vista, Macapá e Rio Branco fizeram apresentações de experiências na área de gestão ambiental desenvolvidas pelas cidades.

Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMMAS: 3236-9423/ 8842-1243