Livro sobre a vida política de Arthur Virgílio Filho será lançado nesta terça-feira

Por Prefeitura de Manaus

07/04/2014 14h54

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Será lançado nesta terça-feira, 08, às 17h, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília, o perfil parlamentar do senador Artur Virgílio Filho, de autoria do jornalista Mário Adolfo, diretor de redação do jornal EM TEMPO. Com 374 páginas, o livro traz um ensaio biográfico sobre Arthur Virgílio Filho, além dos principais discursos proferidos por ele durante os mandatos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

 

Pai do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, Arthur Virgílio Filho foi deputado da Assembleia Constituinte do Amazonas pelo Partido Social Democrático (PSD) e pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), elegeu-se deputado federal em 1958 e senador em 1962. Com a extinção dos partidos políticos, pelo Ato Institucional nº 2, e com a implantação do bipartidarismo, o então parlamentar filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

 

Uma de suas principais atuações como deputado foi pela criação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Durante a ditadura militar, destacou-se na defesa do processo democrático e da justiça social. Cassado em 1969, pelo Ato Institucional nº 5, teve seus direitos políticos suspensos por dez anos, até a anistia em 1979.

 

Resistência

De acordo com Mário Adolfo, Arthur Virgílio Neto, quando senador, o chamou a Brasília em 1996 e, para sua surpresa, disse que o havia escolhido para escrever a história político do “velho” Arthur. Mário havia conhecido o pai bem antes do filho, durante um pedido de apoio para uma greve na empresa Sharp do Brasil, encabeçada pelo amigo Simão Pessoa, em 1977.

 

“Éramos estudantes universitários e, a partir daquele momento, passamos a frequentar o apartamento do senador cassado, que ficava no primeiro andar do edifício David Novoa, na avenida Sete de Setembro, Centro. Passávamos horas sentados no tapete da sala tomando cerveja e ouvindo o “tio Arthur”, como o chamávamos, contando os episódios de sua atuação parlamentar, com riqueza de detalhes. Talvez essa proximidade tenha feito Arthur Neto fazer o convite para escrever o livro.

 

O jornalista conta que durante mais de dois anos de pesquisa, se emocionou várias vezes com a história do ex-líder do Governo João Goulart (PTB) no Senado. Um desses momentos aconteceu em plena ditadura militar, quando o senador reagiu ao golpe de 1964, proferindo o célebre discurso que gravaria para sempre suas palavras na  história do Brasil:

 

“Que nos fechem hoje, mas com o povo que nos assiste ao nosso lado; e não nos fechem amanhã, ingloriamente, com os aplausos do povo brasileiro, como aconteceu em 1937”, bradou Arthur Virgílio da tribuna, enquanto os tanques cercavam o senado. Apesar da resistência ao arbítrio, o bravo senador foi cassado em 1969 pelo Ato Institucional nº 5, ficando com seus direitos políticos suspensos por dez anos.

 

Trajetória

O livro mostra a trajetória de Arthur Virgílio Filho, que, além da política, teve como atividades principais a advocacia e o jornalismo. Em 1958, foi eleito deputado federal e em 1962 tornou-se senador. Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2, e com a implantação do bipartidarismo, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

 

Durante o mandato parlamentar, trouxe às duas Casas do Congresso Nacional à discussão de temas como a ditadura militar, a reforma agrária, a inflação, a perda da hegemonia brasileira no mercado mundial da borracha, a criminalidade, a falta de amparo ao trabalhador e a tentativa de destruição da Petrobras pelas Forças Armadas. Cassado pelo Ato Institucional n° 5, o parlamentar teve seus direitos suspensos por dez anos.

 

Em 1979, sob o Governo Figueiredo, foi beneficiado pela anistia e, no Governo Sarney, exerceu a Presidência do INPS no período de 1985 a março de 1987.

 

Arthur Virgílio Filho faleceu em 31 de março de 1987, no Rio de Janeiro, e foi sepultado em Manaus.