Jogos indígenas reúnem mais de 100 competidores em eventos

Por Prefeitura de Manaus

23/06/2016 16h13

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Alunos indígenas e moradores das comunidades da região do rio Cuieiras e baixo Rio Negro participam da 8ª edição dos Jogos Indígenas Interculturais da rede municipal de ensino. As competições iniciaram nesta quinta-feira, 23, e vão até amanhã, sexta-feira, 24, na Escola Municipal Puranga-Pisasú, localizada da comunidade Nova Esperança, na zona Rural de Manaus.

 

Os jogos devem reunir aproximadamente 100 participantes de dez comunidades da região, atendidas pelas escolas indígenas Puranga- Pisasú, Arú Waimi, Kanata T-Ykua e Kunya Taputira e dos espaços culturais Poranga Yasarú, Weku Durpuá. A competição é coordenada pela Gerência de Educação Indígena (DEI) da Secretaria Municipal de Educação (Semed), com apoio da Divisão de Apoio e Gestão Escolar (Dage) de Educação Física.

 

Durante a abertura dos jogos, os alunos fizeram apresentações de dança e música. A secretária municipal de Educação, Kátia Schweickardt, destacou que o evento é uma importante forma de fortalecimento da identidade dos povos indígenas. “O que estamos fazendo é revalorizando e reorganizando essa cultura, que estava em alguns aspectos sendo perdida, mas que também passa por mudanças importantes”, destacou.

 

A secretária destacou ainda que a Semed vem trabalhando essa revalorização com a existência de escolas indígenas bilíngues e os centros culturais. Ela ressaltou que o esporte é um importante aliado para a boa aplicação do projeto político pedagógico da secretaria, principalmente por se tratar de uma rede com mais de 200 mil alunos nas zonas urbana e rural de Manaus.

 

De acordo com o gerente de Educação Indígena, Rossini Maduro, o objetivo dos jogos é, justamente, promover a interação social dos povos indígenas residentes nessas regiões, com a construção de novos saberes e a revitalização de aspectos culturais, assim como melhoria na qualidade de vida dos indígenas por meio das práticas esportivas, sendo uma grande oportunidade de descobrir talentos do esporte.

 

“Nós temos indígenas e moradores da comunidade que são atletas e fazem parte da seleção brasileira de arquearia. E esse é o reflexo dos benefícios que a realização desses jogos nos proporcionam”, frisou.

 

Modalidades

Entre as modalidades de disputa a maioria é de atividades tradicionais desses povos como o arremesso de lança, tiro ao alvo com arco e flecha, tiro ao alvo com zarabatana, natação, canoagem e peconha. Os competidores também vão disputar partidas de futebol e voleibol.

 

Moradores da comunidade São Tomé e pertencente à etnia Baré, Edilson Almeida e o filho Tiago, são alguns dos inscritos na disputa. Edilson que entre as modalidades vai competir no arco e flecha, destacou que os jogos são fundamentais, principalmente, para os mais jovens. “É importante, principalmente, para os mais jovens, que podem ter contato com arco e flecha, zarabatana, não deixando que esses traços da nossa cultura sejam esquecidos”, enfatizou.

 

O aluno Denilson Pereira da Silva, 11, é outro que vai participar da competição. Também morador da comunidade São Tomé e aluno da Escola Municipal Kunya Taputira, o pré-adolescente contou que todos na comunidade se envolvem durante a preparados para os jogos. “Quando começam as inscrições nós já começamos a treinar arco e flecha, e zarabatana. Formamos também o time de futebol. É sempre bom participar desses jogos”, destacou.

 

O gestor da escola Puranga-Pisasú, Joralison Garrido, ressaltou que os jogos fortalecem conceitos muito fortes entre as nações indígenas como solidariedade, união e confraternização entre os povos.

 

Texto: Martha Bernardo

Fotos: Rodemarques Marques

Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Educação (Semed): 92 3632-2054