Jéssica Natalia dos Santos (AM) e Diego Sclebin (SC) faturam ouro no Campeonato Brasileiro Hammerhead de Aquathlon
12/05/2013 21h14

Jéssica Natalia dos Santos (AM) e Diego Sclebin (SC) confirmaram o favoritismo na II etapa do Campeonato Brasileiro Hammerhead de Aquathlon, realizado na manhã deste sábado (11), na Ponta Negra. Os dois faturaram o lugar mais do pódio na categoria Elite, além de R$ 1.600 cada um. A competição foi promovida pela Confederação Brasileira de Triathlon (Cbtri) e Federação de Triathlon do Amazonas (Fetriam), em parceria com a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Desporto, Lazer e Juventude (Semdej) e Governo do Amazonas, através da Secretaria Estadual de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel).
A prova iniciou pontualmente às 7h30 com a largada da categoria Juvenil (8 a 15 anos). O primeiro a entrar na água, foi o pequeno David Gabriel Vasconcelos. O garoto enfrentou um percurso diferenciado dos adultos – 150m de natação e 3km de corrida – e foi o único a brigar pela categoria 8 anos.
“Fiquei muito ansioso, pois nunca havia entrada em rio e o daqui é muito escuro. Foi o que me causou mais medo. Mas tentei manter a concentração ao máximo para completar a prova e estou feliz de ter me destacado”, disse o jovem, que marcou 6min50seg e veio de Recife especialmente para a competição nacional. O menino, que estava acompanhado da mãe Silva Maria Vasconcelos e do técnico Rolnan Gueiros, conquistou pela segunda vez o título do Brasileiro e é o atual campeão Pan Americano de Aquathlon.
“O David é um fenômeno. Assim que ele começou a praticar natação, percebi que ele tinha jeito para o Aquathlon e para o Triathlon e há quatro anos ele participa das provas. Pode ter certeza que o nome dele ainda vai ser muito falado no cenário nacional”, destacou o treinador.
Um forte esquema de segurança foi montado para garantir a integridade física dos competidores, uma vez que a presença de jacarés foi detectada há duas semanas. Barcos privados, lanchas, apoio da Marinha do Brasil e do Corpo de Bombeiros, salva-vidas, monitoramento da área por helicóptero e uma rede de bóia foram disposto no local da prova.
“É um orgulho para a cidade ter superado este desafio. Passamos por cima de todas as dificuldades que eram grandes, e mostramos de uma vez por todas que estamos preparados para grandes eventos. Qualquer dúvida, com toda certeza, foi sanada. Agradeço a cooperação e o empenho de todos”, disse o titular da Semdej, Fabrício Lima.
Jéssica e Diego levam a melhor
Após a disputa da categoria Juvenil, foi a vez da categoria Elite, Sub 23 e Junior enfrentarem o percurso “pauleira” de 2,5km de corrida, 1000m de natação e 2,5km de corrida.
Na disputa principal, o Campeão Sul-Americano de Triathlon e representante do Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres, Diogo Sclebin, cruzou a chegada aos 32m53s e levou a melhor, deixando para trás na reta final da prova o baiano Fred Moraes, que acabou ocupando a segunda posição da disputa.
“Este é o meu primeiro título no Brasileiro de Aquathlon e estou muito satisfeito. Apesar do asfalto daqui e da pista favorecerem o atleta, o calor, a umidade e água pesada deixam a prova muito mais difícil de ser completada. Por isso, é gratificante ter superado esses obstáculos e volto em setembro a Manaus para disputar o Pan Americano”, avisou o carioca, que é federado por Santa Catarina (SC) e que pretende participar das próximas Olimpíadas em “casa”.
“Estou muito focado para as Olimpíadas de 2016 e ano que vem já começo a correria para me classificar. Vou fazer um trabalho específico e meu objetivo é uma melhor posição do que em 2012, quando ocupei o 44 lugar”, comentou o atleta.
Representando muito bem o Amazonas e conquistando seu quinto título consecutivo no Brasileiro, Jéssica Natalia dos Santos ganhou com folga a etapa nacional ao terminar a prova em 36min54seg. A segunda colocada, Carolina Galvão, de São Paulo, veio bem atrás e finalizou em 37min16seg.
“Estou extremamente feliz com este título, pois senti uma tremenda dificuldade em terminar a prova e esta com toda certeza foi a competição de aquatlhon mais difícil que participei no Brasil. As melhores atletas estavam aqui”, disse a beneficiária do Bolsa Atleta Municipal, ao contar que um batom dificultou e muito sua vida na hora da disputa.
“Ao calçar o meu tênis para fazer a última corrida, senti que algo estava incomodado meu pé e meu desempenho: Era um batom que estava dentro do meu tênis e a tampa apertou tanto, que meu pé começou a sangrar. Quando percebi a situação, coloquei na cabeça que mais do que nunca precisava vencer estar prova e superar toda e qualquer dificuldade”, contou a atleta, que em setembro vai disputar o Mundial em Londres e o meio Ironman em Las Vegas.
Para o presidente da Cbtri, Carlos Alberto Fróes, Manaus provou que tem todas as condições de receber eventos de porte nacional e internacional. Tanto é, que o titular confirmou a vinda do Pan Americano de Triathlon, em setembro, na terrinha baré. “O Amazonas está qualificado para todo tipo de prova, competição e torneio. Provou, com este evento, que tem organização, arbitragem e técnicos preparados para qualquer prova. Para nós, foi uma realização promover pela primeira vez o Brasileiro aqui e vem muito mais coisa por ai”, destacou Froés.
Para a titular da Sejel, Alessandra Campelo, o Amazonas é um verdadeiro cartão postal para os atletas de fora, e isto atrai turisticamente os competidores. “Hoje estamos recebendo uma etapa nacional, com atletas que tem interesse em disputar uma prova no Amazonas por sua curiosidade e beleza. Dessa forma, atraímos novos atletas e conseguimos divulgar o Estado nacionalmente”, comentou.
Esporte não tem idade
A terceira idade deu um “banho” de exemplo no Brasileiro, realizado em Manaus. Com 73 anos de idade, Júlio Siqueira de Abadia, foi o mais velho atleta a participar da prova. O aposentado do Distrito Federal completou o percurso em 1h04min20seg e esbanjou determinação e disposição ao público presente. “Não tenho doenças, sou sadio, e ainda viajo o Brasil e o mundo competindo e me divertindo”, comentou Júlio.
Outro que chamou atenção foi seu Wagner Rodrigues. Aos 64 anos, o aposentado do Ministério da Educação aprendeu a nadar com 56 anos de idade e há quatro anos é adepto do aquathlon e triatlhon. Com experiência de sobre, o “vovó” relata o que conseguiu aprender na caminhada do esporte. “Nunca fui uma pessoa ruim, longe de mim. Mas a solidariedade e companheirismo eu só aprendi com o esporte e pretendo aprender muito mais se Deus permitir”, disse o senhorzinho da Paraíba.
Resultado Final (Lista completa em anexo)
Elite Masculino:
P- Nome- Tempo
1-Diogo Sclebin (SC) 32m53s
2- Fred Moraes (BA) 33m45s
3- Jeferson Silva (BA) 33m51s
4- Eduardo Beretta (SP) 34m24s
5- Jeremias Silva (BA) 34m45s
Elite Feminino:
P- Nome Tempo
1-Jéssica Santos (AM) 36m54s
2- Carolina Galvão (SP) 37m16s
3- Tatiane de Souza (AM) 38m35s
4- Estefanie Bender (SC) 39m08s
5- Tuany de Oliveira (SP) 40m01s