II Mutirão de Saúde e Cidadania
27/10/2010 14h26

A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), estará presente no “II Mutirão de Saúde e Cidadania direcionado aos profissionais do sexo masculino e feminino e à população em geral”, evento que acontecerá nesta terça-feira, 02, das 08 às 14 horas, na rua Visconde de Mauá – Centro, em comemoração do Dia Internacional da Prostituta.
O secretário municipal de Saúde, Francisco Deodato, informa que uma equipe do Distrito de Saúde Sul (Disas) estará no local para realizar serviços como aferição de glicemia capilar e de pressão arterial, além da aplicação das vacinas contra difteria e tétano (DT); sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral); febre amarela (FA) e hepatite. A equipe será composta por 12 pessoas, entre enfermeiros, técnicos de enfermagem e assistentes sociais.
O mutirão é uma iniciativa da Associação Garotos da Noite e do Núcleo de Prostitutas Rosa Vermelha. Além da Semsa estão colaborando com a atividade a Coordenação Estadual do Programa de DST/Aids, a Secretaria Estadual de Assistência Social (Seas), a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), a Superintendência Regional do Trabalho e a Secretaria Municipal do Trabalho (Semtrab).
Origem do Dia Internacional da Prostituta*
No dia 02 de junho de 1975, 150 prostitutas ocuparam a igreja Saint-Nizier, em Lyon, na França. Elas protestavam contra multas e detenções em nome de uma “guerra contra o rufianismo” e até contra assassinos de colegas que sequer eram investigados. Além disso, maridos e filhos de prostitutas eram processados como rufiões, por se beneficiarem dos rendimentos das mulheres. Tabernas deixaram de alugar quartos para trabalhadoras do sexo, com medo de repressão policial. A diretoria da igreja e a população de Lyon apoiaram a manifestação e deram proteção a elas.
A ocupação da igreja foi transmitida por todos os meios de comunicação, no país e no exterior, inclusive no Brasil. As mulheres exigiam que o seu trabalho fosse considerado “tão útil à França como outro qualquer.” Outras 200 prostitutas percorreram as ruas de carro distribuindo filipetas com denúncias de que eram “vítimas de perseguição policial”, o que as impedia de trabalhar. Uma carta foi enviada ao presidente Giscard d’Estaing.
O movimento se ampliou para outras cidades francesas, como Marselha, Montpellier, Grenoble e Paris, onde colegas também entraram em greve.
No dia 10 de junho, às 5 horas da manhã, as mulheres da igreja Saint-Nizier foram brutalmente expulsas pela polícia. Ao ter coragem de romper o silêncio e denunciar o preconceito, a discriminação e as arbitrariedades, chamando a atenção para a situação em que viviam, as prostitutas de Lyon entraram para a história. Por isso, o 2 de junho foi declarado, pelo movimento organizado, como o Dia Internacional da Prostituta.
*Texto fornecido pela organização do evento.