Central de Artesanato Tenreiro Aranha é o novo espaço dos artesãos no Centro
09/09/2015 16h42

Com endereço novo e uma vontade enorme de vender, os 34 artesãos que saíram da praça Tenreiro Aranha e estão instalados provisoriamente na av. Floriano Peixoto, em frente à praça Heliodoro Balbi (da Polícia), começam a comemorar o aquecimento das vendas. O sentimento entre eles é de otimismo. “Ainda estamos nos adaptando a esse novo local, mas o movimento está melhorando. Os turistas já estão aparecendo, aqui é muito tranquilo e temos certeza que o futuro vai ser melhor pra todos nós”, disse o artesão Paulo Martins.
O novo endereço, batizado de Central de Artesanato Tenreiro Aranha – Valores da Amazônia, oferece ao turista uma opção variada de produtos: adereços, quadros, bijouterias, cestarias, produtos naturais, objetos de decoração, sapatos de couro e até produtos indígenas são comercializados.
A indígena Zeneide Teixeira, da etinia Umirituba, trabalha desde a infância produzindo artesanato na comunidade do Janauari. Aprendeu com os pais e avós a produzir rusticamente vasos, pratos de barro e artesanato de sementes. Mas conta que o trabalho já está sendo profissionalizado. “Aqui nós trabalhamos com sementes de jarina, açaí, lágrimas de Nossa Senhora, buriti, cuia, jupati, araçá d’água e muitas outras. Antes, o trabalho era rústico, mas depois que o Sebrae passou pela comunidade, aprendemos a lixar, polir e pintar as sementes. Por isso elas são tão bonitas e coloridas”, revela Zeneide.
Outro trabalho que se destaca na Central de Artesanato Tenreiro Aranha são as sandálias de couro, feitas há 35 anos pelo artesão Francisco Carlos Simões. Vendendo modelos masculinos e femininos, ele explica que a produção também é um processo de reciclagem.
“Os solados de todas as sandálias são feitos com pneus de bicicleta. Temos uma pessoa que recolhe os pneus nas borracharias, corta e nós compramos para a produção das sandálias. É uma forma de ajudar a proteger a natureza”, explica Francisco Carlos.
Quem passa em frente à Central de Artesanato é atraído pelo visual colorido dos produtos e das bancas em formato de oca, cobertas com paredes de paxiúba e telhados com palha de bussú. Evilásio Lisboa é de Carauari e conta que se surpreendeu com a qualidade dos produtos. “Eu ia passando aí na frente, me senti atraído e resolvi entrar. Os produtos são muito bonitos e de qualidade muito boa. Estou comprando um prendedor de cabelo indígena pra dar de presente à minha esposa”, revela o trabalhador que passeava com a família pelo Centro Histórico de Manaus.
Requalificação
Os 34 artesãos instalados no espaço provisório da av. Floriano Peixoto, em frente à praça da Polícia, foram realocados no dia 20 de agosto passado, para dar espaço às obras de requalificação da praça Tenreiro Aranha. Todos eles estão recebendo bolsa-auxílio de R$ 1.000 via Fundo Municipal de Fomento à Micro e Pequenas Empresas (Fumipeq) e uma cesta básica mensal, até que estejam definitivamente instalados.
“Estamos planejando dois espaços definitivos, um para o Parque Ponta Negra, onde além da Central de Artesanato, o local contará com espaços para shows musicais, exposições e outras formas de arte que interajam com o público. O outro projeto é uma área no centro da cidade. Definido o prédio e verificando sua viabilidade de desapropriação e adequação, vamos desenvolver um projeto pra atender às necessidade dos artesãos e dos turistas que visitam a cidade de Manaus”, explicou o subsecretário municipal do Centro Histórico, Glauco Francesco.
FOTOS: Tácio Melo / Semcom
Assessoria de Comunicação da Subsecretaria Municipal do Centro Histórico (Subsemch)