Alunos recebem ações de identificação da hanseníase e combate à verminose

Por Prefeitura de Manaus

22/02/2013 12h08

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As secretarias municipais de Saúde (Semsa) e de Educação (Semed) vão iniciar ações nas escolas da rede municipal para detecção de casos de hanseníase e eliminação de verminose, em parceria com o Ministério da Saúde. A “Campanha Nacional de Hanseníase e Geohelmintiases”, como foi denominada, pretende reduzir a carga dos geohelmintos (parasitas intestinais conhecidos como lombrigas, que causam anemia, dor abdominal e diarreia), que podem prejudicar o desenvolvimento e o rendimento escolar da criança. Marcada para acontecer entre 18 e 22 de março, a meta é examinar estudantes do ensino público e identificar casos novos da doença na faixa etária de 5 a 14 anos.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Evandro Melo, o objetivo é aumentar o diagnóstico precoce e identificar locais em que a hanseníase ainda persiste. “Em Manaus serão distribuídos 300 mil comprimidos do remédio Albendazol, para vermes. E os casos suspeitos de hanseníase serão encaminhados à rede básica de saúde para confirmação e tratamento. Se a equipe de saúde identificar uma criança ou adolescente com hanseníase, é porque tem um caso na sua casa ou no bairro onde ele vive. A campanha ajudará a descobrir os locais onde ainda há transmissão da doença”, afirmou.

A campanha prevê ainda a distribuição de cartilhas para orientação dos professores e estudantes, com esclarecimentos gerais sobre a doença. Os agentes comunitários de saúde e profissionais da Estratégia de Saúde da Família e Unidades de Saúde visitarão as escolas para diagnosticar e tratar os casos novos, além de buscar os contatos dos casos já diagnosticados, ampliando assim, o acesso à cura. Em Manaus, em 2012, foram detectados 17 casos de crianças e adolescentes menores de 14 anos com hanseníase. Acima de 15 anos, foram 198 casos.

A hanseníase é transmitida de pessoa para pessoa por quem tem contato muito próximo e prolongado com o doente, dentro do núcleo familiar ou da comunidade em que vive. Geralmente não é transmitida dentro de um ônibus ou num local público. A hanseníase tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio. O tratamento, gratuito e eficaz, pode durar de seis meses a um ano.

Levantamento do Ministério da Saúde também aponta a redução de 25,9% nos casos novos entre 2001 e 2011, que passaram de 45.874 para 33.955, respectivamente. Apesar dos resultados, existem sete estados que apresentaram, em 2011, coeficiente de prevalência acima de três casos por 10 mil habitantes (MT, TO, MA, PA, RO, GO, MS).  A média nacional é de 1,54/10 mil, o que é bem próxima da meta estabelecida pelo Plano de Eliminação da Hanseníase (menos de um caso para cada grupo de 10 mil, até 2015).

Além disso, o SUS trabalha para reduzir em 26,9% o coeficiente de detecção de casos novos em menores de 15 anos, aumentar o percentual de cura (90% dos novos) e examinar 80% dos contatos intradomiciliares dos casos novos de hanseníase.

Segundo o chefe do Controle de Hanseníase da Semsa, Waldenor Guimarães, é fundamental que as pessoas procurem o serviço de saúde ao aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do corpo, principalmente se essa mancha apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque. A hanseníase tem cura e, quando a pessoa começa o tratamento, para de transmitir quase que imediatamente. “Assumimos o compromisso público de eliminar a hanseníase e verminose em Manaus. Cada aluno levará um formulário para casa para que os pais possam preencher para verificarmos se há algum sinal também das doenças”, explicou.