Prefeitura de Manaus reforça ações de prevenção à sífilis em campanha no ‘Outubro Verde’

Por Prefeitura de Manaus

30/09/2025 15h04

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#paratodosverem – Profissional de saúde realiza coleta amostra de sangue em paciente, em unidade de saúde de Manaus

Em 2025, a capital amazonense registrou 2.479 casos notificados de sífilis adquirida (adultos em geral), além de 1.571 de sífilis em gestantes e 222 casos da congênita (quando ocorre a transmissão da mãe para o bebê na gestação e parto). Para alertar sobre os riscos da infecção e reforçar as formas de prevenção junto à população, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), vai realizar, no mês de outubro, as ações do “Outubro Verde”, campanha de combate à sífilis e à sífilis congênita.

A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, informa que a campanha é organizada, anualmente, para marcar o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, instituído no terceiro sábado do mês de outubro, com programação executada por profissionais das unidades saúde da rede municipal.

“A campanha deste ano prevê a realização de mais de cem atividades desenvolvidas pelas equipes de saúde. O objetivo é sensibilizar a sociedade para a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e tratamento imediato, interrompendo a cadeia de transmissão e evitando novos casos da doença”, destaca Shádia Fraxe.

A enfermeira Ylara Enmily Costa, técnica do Núcleo de Controle de HIV/Aids, Infecção Sexualmente Transmissível (IST) e Hepatites Virais da Semsa, alerta que a sífilis é a IST que mais atinge a população no município de Manaus, tendo impacto, principalmente, entre jovens de 15 a 29 anos e gestantes. 

“A sífilis é considerada uma epidemia em nível nacional. Uma das principais preocupações é em relação à sífilis congênita, quando há transmissão da mãe para o bebê durante a gestação, que pode causar danos à saúde da criança”, destaca Ylara Costa.

As complicações de sífilis congênita incluem aborto espontâneo, parto prematuro, malformação do feto, alterações nos ossos, cegueira, surdez, deficiências intelectuais e morte do recém-nascido.

De acordo com a enfermeira, fatores como o início precoce da vida sexual, baixa adesão ao uso de preservativos e dificuldades de acesso à testagem e ao tratamento podem contribuir para o aumento da transmissão da infecção.

“A Semsa disponibiliza, durante todo o ano, preservativos internos e externos, gel lubrificante, testagem rápida para sífilis e o tratamento nas unidades de saúde. A sífilis congênita também pode ser evitada com o tratamento da gestante no pré-natal. Durante a campanha, todas as ações serão intensificadas”, informa Ylara Costa.

Nas ações da campanha, os profissionais de saúde estão orientados para promover atividades que ajudem a informar a comunidade sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da sífilis, com a realização do teste rápido pelo menos uma vez ao ano; promover a disseminação de informações sobre práticas seguras, prevenindo novas infecções; incentivar a realização de testes de sífilis em gestantes e parceiros, garantindo o tratamento imediato e adequado para a redução da transmissão da mãe para o bebê.

Entre janeiro e agosto de 2025, foram realizados 96 mil testes para sífilis em Manaus. Os dados mostram, ainda, que somente em gestante e parcerias foram realizados 26 mil testes.

“Anualmente, são realizados mais de 200 mil testes para sífilis em Manaus. A testagem e o diagnóstico precoce são essenciais para o tratamento e a cura da sífilis. Após os sintomas iniciais, a sífilis apresenta uma fase assintomática, ou seja, não apresenta sinais e sintomas, e as pessoas não sabem que têm a infecção. Então, é essencial que todos façam o exame”, afirma a enfermeira.

Infecção

A sífilis é uma IST causada pela bactéria Treponema pallidum e é transmitida por relação sexual sem uso de camisinha. Em 2024, foram registrados 3.772 casos de sífilis adquirida, que é notificada quando o paciente tem idade superior a 13 anos, excluindo gestantes. Houve ainda o registro de 1.683 casos de sífilis em gestante e 354 de sífilis congênita.

Na fase primária da infecção, o sintoma apresentado é uma ferida que pode surgir no pênis, vagina, ânus, vulva e colo uterino, que aparece em até 90 dias depois do contágio e desaparece mesmo sem tratamento. Em até seis meses, a infecção volta a se manifestar com manchas em várias partes do corpo, inclusive na palma das mãos e plantas dos pés. Esses sintomas também desaparecem mesmo sem tratamento e a doença continua avançando.

Em uma fase terciária, que pode ter manifestação até 40 anos depois de iniciada a infecção, os sintomas incluem lesões ósseas, neurológicas e cardiovasculares, com a possibilidade de levar o paciente ao óbito.

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Texto – Eurivânia Galúcio/Semsa

Fotos – Divulgação/Semsa