Gestores discutem leis que tratam sobre relações étnico-raciais e sua implementação nas escolas
17/11/2015 18h12

Oitenta e cinco gestores da rede municipal de ensino reuniram-se, na manhã desta terça-feira, 17, para debater leis que tratam das relações étnico-raciais e sua implementação nas escolas. O tema, “Como contribuo para a implementação das leis federais nº 10.639/03 e 11.645/08 na Rede Municipal de Ensino?”, foi debatido em uma mesa-redonda, promovida pela Divisão Distrital Zonal (DDZ) Oeste da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
O encontrou reuniu gestores das unidades de ensino, entre Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e Creches Municipais, no auditório da DDZ Oeste, localizada no bairro Planalto, zona Oeste.
O objetivo foi instigar os gestores quanto ao tratamento das relações étnico-raciais, conforme alteração da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional para a inclusão nos currículos escolares a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”.
O debate contou com a presença da professora da Seduc e presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Elisângela Almeida, o doutor Raimundo Nonato Pereira da Silva, professor do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Raimunda Nonata Correa, sacerdotisa de Religião de Matrizes Africanas.
“Esse é um dos primeiros passos em que a gente começa a trazer o gestor, para que ele possa conhecer sobre a lei para implementar na escola. Trabalhamos a diversidade de maneira lúdica, com dança, teatro, ou seja, aquilo que chama e o aluno entende que não pode existir preconceito ou discriminação, seja ela de raça, cor ou crédulo religioso”, disse a a coordenadora pedagógica da Diversidade da DDZ Oeste, Olinda Marinho.
Ao destacar a importância da legislação, Elisângela Almeida assegurou que a intenção é mostrar que as pessoas precisam respeitar um ao outro e sua individualidade. Ela ressaltou, ainda, a necessidade da temática ser trabalhada desde cedo na rede municipal de ensino. “Nós precisamos ter consciência e ter um parâmetro para um trabalho pedagógico voltado para essa lei de fomentar e concretizar o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas municipais. Existe um plano nacional, que é muito claro, que diz para trabalharmos desde a Educação Infantil, passando pelo ensino superior e até na graduação”, disse.
A diretora de um dos Cmeis do município, Wanderluce Almeida, comentou que realiza várias ações com a temática, como de histórias teatrais, exposição de bonecas de cores das crianças, músicas e desenhos. A educadora destacou o trabalho feito com os 300 alunos desde cedo sobre o tema.
“Apesar de pequenos, eles já assimilam e trazem consigo um preconceito. Esse momento é importante para conscientizar a questão do preconceito e racismo, para que eles possam crescer cidadãos uteis à sociedade. Como as crianças não dominam a escrita e a leitura, a gente trabalha por meio do lúdico, o que fixa melhor a mensagem que queremos passar”, contou.
O encontro contou, ainda, com a apresentação cultural “Dos navios negreiros a origem do samba”, feita por 28 alunos da Escola Municipal Firme na Fé, que fazem parte do Programa Mais Educação.
Texto: Emerson Felipe
Foto: Cleomir Santos
Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Educação (Semed): 92 3632-2054