Prefeito inspeciona Adolpho Lisboa ao lado de permissionários

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, inspecionou pela sexta vez o Mercado Adolpho Lisboa,  na rua dos Barés, Centro, que está com 82% das obras concluídas. Nesta quinta-feira, 11, pela primeira vez, os permissionários, que há quase oito anos esperam pela reabertura do mercado, puderam acompanhar a visita.

De acordo com o prefeito, a presença frequente de equipes da Prefeitura no local contribui para que os trabalhos cumpram à risca o cronograma, possibilitando que mudanças possam ser feitas no projeto sem atrasar a entrega, prevista para o aniversário de Manaus, no dia 24 de outubro deste ano.

“No lugar onde hoje se encontram os permissionários iremos construir uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que vai jogar água limpa no Rio Negro. É uma obra que queremos que seja exemplo de respeito pela história de Manaus e também de política ambiental”, anunciou Arthur Neto.

Durante o período em que a ETE estiver sendo construída, por volta do mês de setembro, os permissionários receberão uma ajuda financeira do município para desocuparem a área da feira provisória, destinada à edificação. Neste intervalo, até a reabertura do mercado, eles passarão por reciclagem junto ao Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas (Sebrae-AM).

“A ideia é que possam aprimorar sua capacidade gerencial, porque o Mercado Adolpho Lisboa será uma pérola do turismo local, então os permissionários precisam está preparados com uniformes padronizados e maior cuidado com a higiene”, destacou o prefeito.

Para Jorge Matos, 78, o mais antigo permissionário do mercado, com mais de 60 anos trabalhando no setor de estivas, a reabertura do Adolpho Lisboa representa o resgate de sua vida. “Estou muito emocionado por está visitando o mercado. Trabalho desde os 13 anos e passei toda minha infância aqui. Minha mãe, Maria Moreira Matos, também foi verdureira e trabalhou até os 101 anos no mercadão”, relembrou com lágrimas nos olhos.

A visita ao Mercado Adolpho Lisboa também foi acompanhada pelo secretário extraordinário para Requalificação do Centro, Rafael Assayag, pelo presidente do Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb), Roberto Moita, e pelo diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (ManausCult), Bernardo Monteiro.

Andamento da obra

Na próxima segunda-feira, 15, o Mercado Adolpho Lisboa completa 130 anos e o que não faltam são motivos para comemorar. Segundo Rafael Assayag, o mercado já mostra sua imponência arquitetônica.

“A fase de restauro do patrimônio histórico já está com as ferragens prontas e estamos finalizando a parte de pintura e recolocação dos gradis externos”, afirmou o secretário. “Também estamos com os espaços de carne e peixe praticamente concluídos, o que já deu para as pessoas que trabalham aqui uma dimensão do que encontrarão depois de tudo pronto”, concluiu.

Serão mais de 170 boxes, sendo: 20 de carne, 20 de peixe, 24 para tartarugas, 22 para alimentos, 68 somente na parte central e 17 na parte frontal, além de dois restaurantes, duas bombonieres, e ainda, os pavilhões Amazonas e Pará. Outra novidade incorporada ao projeto é a utilização de duas câmaras frias para armazenamento dos restos de carnes e peixes, que evitarão que o lixo entre em decomposição e crie mau cheiro até o descarte definitivo.

Permissionários

Atualmente, 182 permissionários estão cadastrados para atuar no Mercado Adolpho Lisboa. Conforme a Semex, 63 permissionários já têm vaga garantida, pois apresentam documentos que trabalham no local antes de 1988. As demais vagas serão ocupadas por possíveis herdeiros e por outros trabalhadores já cadastrados na secretaria.

O processo para seleção dos permissionários também é acompanhado pelo Ministério Público Federal (MPF), que estuda a possibilidade da criação de um processo licitatório para ocupação das vagas.

REPORTAGEM: Alita Menezes