Prefeitura faz marcha pelo enfrentamento da violência e exploração sexual de crianças e adolescentes

Por Prefeitura de Manaus

14/05/2013 11h08

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Nesta quarta-feira, 15, a partir das 8h, no bairro Jorge Teixeira, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh), vai realizar a marcha pelo enfrentamento da violência e exploração sexual de crianças e adolescentes.

O evento é uma iniciativa do Departamento de Proteção Social Especial (DPSE) da Semasdh e também faz parte das ações do PAIR – Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil no Território Brasileiro.

De acordo com a assistente social Gecilda Albano, diretora do DPSE, essa marcha pretende sensibilizar a população a denunciar situações de violência e exploração sexual de crianças e adolescentes e contará com representantes das 42 entidades que fazem parte do PAIR-Manaus.

A marcha, que terá como lema “Reafirmando o compromisso com o enfrentamento da violência sexual contra a criança e o adolescente”, foi instituída no ano passado pela Lei Municipal 1.649, de 20 de março de 2012.

Comandados pela primeira-dama do município, secretária municipal Goreth Garcia Ribeiro, da Semasdh, os participantes sairão às 8h da Bola do Produtor, situada no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste, em direção à rua da Penetração, Mutirão, Zona Norte, retornando em seguida ao ponto de partida, onde haverá um palco para discursos e depoimentos de alguns convidados.

De acordo com dados da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, Manaus é a segunda capital em número de denúncias. Apenas em 2012, a violência sexual esteve presente em 22% dos casos registrados por telefone.

A ordem da Prefeitura é combater fortemente este tipo de violência na capital, conclamando a população a denunciar os abusos. “A violência sexual contra crianças e adolescentes é um problema inserido na sociedade e não podemos ignorá-lo”, diz Goreth Garcia Ribeiro. “A maioria dos casos acontece dentro de casa, então é importante que os pais fiquem atentos a qualquer tipo de comportamento estranho de quem quer que seja, até mesmo de parentes. O combate permanente a essa violência será uma das prioridades da nossa administração.”

De janeiro a abril deste ano, as duas unidades do Centro de Referência Especial de Assistência Social (Creas), localizadas na Cidade Nova e no Bairro Nossa Senhora das Graças, registraram 180 casos de abusos sexuais de crianças e adolescentes.

Assistente Social do Creas-Cidade Nova I Fabiane Cristina acredita que o número de denúncias ainda é inexpressivo diante da realidade manauara, porque muitas pessoas têm medo de denunciar.

No CREAS, as assistentes sociais e psicólogas dão dicas de como identificar o abuso sexual infantil e orientam sobre as medidas que devem ser tomadas.

“É bem perceptível quando alguma criança ou adolescente é abusado. Os pais e professores podem observar seu comportamento e procurar o Conselho Tutelar do seu bairro para denunciar ou ligar para o Disk 100 e solicitar uma investigação sobre caso”, diz a psicóloga Paula Mitoso.

De acordo com a assistente social Larissa Aleixo Braga, é muito grande o número de casos em que jovens são abusados pelos próprios familiares.

Ela se baseia nas estatísticas da Delegacia Especial de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), em que a figura do padastro é a mais apontada como autor dos crimes.

Em 2011, foram 161 padrastos envolvidos com violência sexual. Em 2012, o número chegou a 192. Esses números expressivos só perdem para a figura do pai.

“É preocupante saber que crianças de até seis anos sofrem abusos sexuais dos próprios pais que deveriam ser os primeiros a protegê-las”, frisou.

“O mais importante, entretanto, é a capacitação dos profissionais na área de educação, que podem ajudar a denunciar esses casos. A aproximação da Copa do Mundo é outra preocupação nossa, já que Manaus é um roteiro turístico natural e o turismo sexual precisa ser combatido de frente”, diz Larissa.