Prefeitura propõe modelo de Atenção Primária à Saúde mais resolutivo

Por Prefeitura de Manaus

16/04/2013 15h48

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Resolver 85% das demandas de saúde da população logo no primeiro atendimento e garantir o acesso aos demais serviços. Este é o desafio proposto pela Prefeitura de Manaus para execução de um novo modelo de Atenção Primária à Saúde. A meta foi apresentada durante o seminário de Alinhamento Conceitual,  promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) nesta terça-feira, 16, no auditório da Nilton Lins. O evento foi direcionado para mil profissionais da área da Saúde, incluindo Semsa e Secretaria de Estado da Saúde (Susam).

Segundo o prefeito Arthur Neto, a realização do seminário de Alinhamento Conceitual da Atenção Primária à Saúde, reunindo mil pessoas comprometidas com a área da Saúde, mostra a necessidade cada vez maior de integração entre diferentes setores da sociedade, não somente Estado e Município.

“O novo modelo de Atenção Primária propõe uma revolução no SUS, onde a integração entre os serviços oferecidos pelo Estado e aqueles oferecidos pelo Município é fundamental para garantir uma resolução efetiva dos problemas de saúde da população. A nossa meta é montar um estrutura onde Atenção Primária seja a porta de entrada dos usuários no sistema de saúde e com esse objetivo vamos trabalhar para que, em quatro anos, 70% da população de Manaus tenham cobertura da Atenção Primária”, afirmou Arthur Neto, lembrando que os outros 30% da população já teriam atendimento através rede particular de saúde.

O secretário Evandro Melo explicou que o seminário foi organizado dentro da programação do projeto de consultoria elaborado pelo sanitarista Eugênio Vilaça, sendo uma das etapas do reordenamento da Rede da Atenção Primária em Saúde no município de Manaus. Segundo ele, o município de Manaus é responsável pela Atenção Primária à Saúde, podendo resolver até 85% das demandas da população.

“A intenção da Semsa é assegurar, através do reordenamento, que essas demandas sejam realmente resolvidas na Rede Básica de Saúde e garantir que as pessoas tenham acesso aos demais serviços que são de responsabilidade dos governos Estadual e Federal. Para isso, é preciso conscientizar os trabalhadores da responsabilidade sanitária que cada um tem em seu território de atuação”, explicou Evandro Melo.

Para o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, o reordenamento da Atenção Primária à Saúde irá contribuir para a melhoria da qualidade de toda a Rede de Saúde. “A Atenção Primária deve ser a porta de entrada do usuário no sistema de saúde, mas hoje as pessoas ainda procuram primeiramente estabelecimentos de saúde que têm outra função na Rede de Atendimento. Um exemplo é a busca por atendimento em Serviços de Pronto Atendimento (SPAs), que têm a finalidade de oferecer serviços de primeiros socorros e de urgência à comunidade. Porém, 40% das consultas em SPA’s poderiam ser resolvidas na Atenção Básica de Saúde e não necessitariam de atendimento de urgência”, destacou Wilson Alecrim.

O evento ainda  contou com a presença da presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Lubélia Freire, além de representantes de instituições de ensino e pesquisa, particulares e públicas, de sindicatos e conselhos representativos de categorias profissionais da área da saúde, e dos conselhos Estadual e Municipal de Saúde.

Novo Modelo

O seminário incluiu palestras sobre Atenção Primária em Saúde e Redes de Atenção em Saúde. Para o sanitarista e consultor Eugênio Vilaça, um dos primeiros passos na execução do novo modelo é estabelecer um consenso entre os profissionais que executam os serviços sobre os conceitos de Atenção Primária e Redes de Atenção. “Não é possível estabelecer um novo modelo sem que as pessoas envolvidas no processo cheguem a um consenso sobre o processo de trabalho. A partir dessa definição, será possível iniciar o processo de mudança e consolidação da integração das redes de serviços”, informou Eugênio Vilaça.

A proposta de novo modelo terá como foco o remodelamento das redes de Urgência e Emergência, da Rede Cegonha (estratégia do Ministério da Saúde, operacionalizada pelo Sistema Único de Saúde fundamentada nos princípios da humanização e assistência das mães e recém-nascidos) e da Rede de Atendimento às Doenças Crônicas, com destaque para Diabetes e Hipertensão Arterial, e doenças renais.

A Semsa também pretende buscar a padronização e definição dos serviços oferecidos em cada unidade de saúde. Serão realizadas oficinas de planejamento estratégico e estudos com análise da mortalidade materna; mortalidade e morbidade em doenças cardiovasculares e por diabetes; análise da morbidade e mortalidade por causas externas, infarto e acidente vascular-encefálico; diagnóstico do modelo da capacidade instalada, estratégia de cobertura da Atenção Primária, entre outras ações.

Reportagem: Eurivânia Galúcio