Semsa orienta profissionais para detecção precoce do autismo

Por Prefeitura de Manaus

07/04/2013 20h56

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Dentro da Semana Mundial de Autismo, a Prefeitura de Manaus orientou os gestores da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) a realizarem cursos de qualificação para os pediatras detectarem precocemente as crianças autistas. A orientação foi dada nesta sexta-feira (5), durante a palestra “Autismo e Intervenção Precoce”, realizada pela psicóloga Milena Derzi, no auditório da Semsa, no Adrianopólis, zona Sul da cidade.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Evandro Melo, o diagnóstico precoce e tratamento são fundamentais para ajudar crianças autistas a atingir seu pleno potencial. “O cérebro humano sofre um rápido crescimento e de mudança durante os primeiros anos de vida. Intervenção durante esta fase do desenvolvimento do cérebro pode influenciar muito as habilidades cognitivas e intelectuais”, declarou.

Evandro Melo disse que uma série de estudos têm confirmado que as crianças autistas diagnosticados e tratados antes de 4 anos de idade eram muito mais propensos a integrar com sucesso em um ambiente de sala de aula regular do que aqueles que foram diagnosticados mais tarde.

A psicóloga Milena Derzi disse que é fundamental que os pais ajudem no diagnóstico para repassar o comportamento da criança para o pediatra. “Quando o pai ou a mãe percebe um comportamento diferente, como não falar mesmo depois dos dois anos e meio de idade, tem que procurar um profissional”, orientou.

A pediatra Adriana Loureiro, que trabalha na Semsa e tem um filho autista, detectado com um ano de idade, disse que com o diagnóstico precoce, seu filho, que hoje tem 10 anos, tem todo o acompanhamento e estuda em escola normal. “Por isso, eu acho de suma importância que os pais reconheçam logo o comportamento da criança, porque assim eles podem ter uma vida normal. Com o Centro de Municipal de Atenção Integrada ao Autista Amigo Ruy, inaugurado pela Prefeitura de Manaus no último dia 2, os pais já têm onde acompanhar essas crianças”, afirmou.

De acordo com o secretário Evandro Melo, com o início das atividades do Centro de Atenção Integrada ao Autista, o município de Manaus passou a oferecer atendimento específico para a população autista com profissionais como psicopedagogo, pedagogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, educador físico, pediatra, odontólogo e assistente social. “A Semsa, Semed e a Semasdh firmaram a parceria visando atender de forma integral às necessidades da população autista, montando o quadro de recursos humanos da forma mais completa possível”, explicou Evandro Melo.

A instituição atua oferecendo também uma estrutura com quadra poliesportiva, piscina, consultório odontológico e consultório clínico. A intenção é oferecer atendimento para pessoas na faixa etária de seis meses a 14 anos de idade, realizando o diagnóstico precoce, o atendimento clínico continuado e atuando na preparação para a inclusão escolar.

O autismo é um transtorno de desenvolvimento marcado por três características principais: Inabilidade para interagir socialmente; Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se; Padrão de comportamento restritivo e repetitivo. A pessoa com autismo pode apresentar quadros de intensidade variável, entre leve ou grave. O diagnóstico normalmente é feito antes da criança completar três anos, quando os sintomas mais comuns começam a ficar evidentes.

Existem diferentes teorias e hipóteses sobre as causas do autismo, não havendo resultado conclusivo, mas alguns estudos indicam que o transtorno tem como causa múltiplos fatores, incluindo questões biológicas e genéticas.

Atendimento – A Semsa já oferece atendimento para pessoas autistas através do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi), localizado na zona Leste. Mas, além de atender autistas, o CAPSI também é direcionado para  crianças e adolescentes com transtornos mentais graves e persistentes, ou com histórico de uso de álcool e outras drogas.

O CAPSi atende atualmente 700 crianças e adolescentes cadastrados menores de 18 anos, sendo que a maior parte do público atendido é formada por pessoas autistas e pessoas que sofrem com esquizofrenia, depressão, déficit de atenção ou hiperatividade.

O atendimento pelo CAPSi é feito através de demanda espontânea ou de encaminhamento pela rede ampliada de assistência, incluindo os serviços de saúde, de serviço social ou de justiça. O quadro de profissionais inclui médico, assistente social, psicólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional, enfermeiro, educador físico e farmacêutico.

O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17 horas.