Manaus apresenta 10 projetos para obter recursos do PAC 2

Por Prefeitura de Manaus

21/03/2013 14h51

Icone audio

Manaus está na lista de 44 cidades que deverão receber recursos do

Plano de Aceleração do Crescimento 2, o PAC Cidades Históricas, do governo federal e é a única cidade do Amazonas selecionada. O Município já tem mapeado no Centro Histórico 1.656 unidades de interesse de preservação de Primeiro e Segundo Graus, a Orla Portuária e 10 praças históricas. E o Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb) já conta com 10 propostas para obter esses recursos. Alguns desses projetos têm mais viabilidade para estarem prontos para a Copa de 2014, como o da Praça da Matriz e do Relógio Municipal.

As 10 obras são prioritárias e foram apresentadas ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília, no último dia 6 de março, pelo próprio presidente do Implurb, Roberto Moita. Nos últimos dias, os trabalhos se intensificaram com definições de detalhamento de projetos arquitetônicos, de revitalização, restauro e requalificação urbana, em especial nos projetos mais adiantados, como da Matriz e seu entorno, Jardins da Praça XV de Novembro e parte da avenida Eduardo Ribeiro. Seguindo o ritmo intenso, as obras podem começar no segundo semestre de 2013.

“Sobrepondo as áreas de interferência municipal, estadual, federal e privada, verificamos que há um adensamento de proteção de bens e falta pouco para se tornar uma revitalização mais ampla. Queremos unificar essa ‘mancha’ de áreas públicas, que já existe, pelas obras do PAC, solicitando os financiamentos”, explica Moita.

Na lista do PAC Cidades Históricas estão previstas intervenções para a Biblioteca Municipal, restauro do Relógio Municipal, revitalização do Museu do Homem do Norte, adaptação do prédio da antiga sede da Câmara Municipal em escola de arte, entorno da Praça XV de Novembro, restauração e revitalização do Hotel Cassina, praça Dom Pedro II, Praça Tenreiro Aranha, restauração do Pavilhão Universal, Praça Adalberto Vale e Praça dos Remédios. Algumas obras têm ações mais isoladas e longas, e outras têm finalidade de dotar a cidade de mais equipamentos culturais.

“O financiamento do programa PAC Cidades Históricas é de extrema importância para o Município de Manaus, pois viabiliza o início da requalificação do Patrimônio Histórico do Centro. É um passo grande no processo desejado por tantos de recuperação daquela área emblemática”, diz o diretor de Planejamento do instituto, Laurent Troost.

Praça

A proposta que está em fase mais adiantada e preparada para entrar em execução é a da Matriz, com previsão para estar concluída para a Copa do Mundo de 2014. A intervenção prevê ações de paisagismo, novo projeto do aquaviário, edificação da Praça XV de Novembro, novos mobiliários urbanos, iluminação pública e cênica, restauro do Relógio Municipal e reabertura do canteiro central.

O trabalho em cima das intervenções vem sendo realizado em conjunto com a Secretaria Extraordinária de Requalificação do Centro (Semex), Manauscult e Secretaria de Infraestrutura (Seminf). Na parte cultural, além do prédio da antiga Câmara, que seria usado como escola de arte, tem a reforma da Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja Evangelista, fundada em 1975; a revitalização do Museu do Homem do Norte, datado de 1985, cujo prédio era cedido pela Prefeitura e o acervo está no Centro Cultura Povos da Amazônia; e a restauração do Hotel Cassina, relíquia do tempo da borracha, na rua Bernardo Ramos, que passaria a funcionar como centro de arte popular.

Estímulo

Em 2013, o PAC Cidades Históricas também vai liberar R$ 300 milhões para proprietários de imóveis de 94 cidades que têm conjuntos tombados pelo Iphan. O financiamento tem amortização de 25 anos, pela Caixa (reajuste pela TJLP + 1% ao ano), que além de promover a recuperação de um imóvel importante, permite o resgate amplo de regiões. A ideia do Ministério da Cultura (MinC) é tornar o patrimônio cultural um indutor de geração de renda, agregação social e afirmação da identidade das cidades históricas, contribuindo para o resgate da autoestima de seus habitantes e no desenvolvimento urbano e de turismo para as regiões.

Fatos e história

Eduardo Ribeiro

A avenida Eduardo Ribeiro foi fundada no século 19, pelo governador Eduardo Ribeiro, nos primeiros anos de sua administração. No auge da borracha, os bondes movimentavam a via, que se tornou ponto de comércio importante na época, sendo desfigurada dos tempos de glamour. Fotos antigas mostram como a avenida era bem arborizada. Nos anos 60, a Eduardo Ribeiro era via de mão dupla.

Relógio

Instalado no início da Eduardo Ribeiro, o Relógio Municipal foi importado da suíça e montado em base de pedra pela firma local Pelosi & Robert, antigos ourives de Manaus.

A construção de seu pedestal foi concluída no final de 1927, junto com o obelisco erguido em comemoração ao centenário da elevação de Manaus à categoria de cidade. No monumento há uma inscrição em latim, “Vulnerant Omnes, ultima Necat” (todas ferem, a última mata), velha inscrição latina, alusiva às horas: “cada hora fere a nossa vida até que a derradeira a roube”.

Hotel Cassina

O imóvel que abrigou o Hotel Cassina e, posteriormente, o Cabaré Chinelo, fica na rua Bernardo Ramos, considerado um bem que integra o Patrimônio Cultural de Manaus, tendo sido incluído no Decreto da Prefeitura Municipal de Manaus, 7.176/2004, como Unidade de Preservação do 1º. Grau.

O prédio representa a Manaus Belle Èpoque, com predominância da cor vermelha, arcos abaulados e estilo eclético, tendo sido construído em 1899. Sai da condição de hotel à pensão, e depois cabaré, finalmente atingindo o estágio de prédio abandonado em ruínas.