Prefeitura realiza busca ativa de hanseníase entre reclusas do Compaj com aplicação de questionário
28/07/2025 16h26


Equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), da Prefeitura de Manaus, estão aplicando questionários para busca ativa de casos de hanseníase entre mulheres reclusas e agentes de segurança prisional da unidade feminina do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no quilômetro 8 da rodovia BR-174 (Manaus-Itacoatiara). A ação acontece ao longo de cinco dias, a partir desta segunda-feira, 28/7.
Cinco profissionais do Núcleo de Controle da Hanseníase e do Distrito de Saúde Norte da Semsa atuam na aplicação do questionário de suspeição de hanseníase (QSH) no complexo penitenciário. A atividade acontece das 9h às 12h, nos cinco dias, com a previsão de alcançar em torno de 200 Pessoas Privadas de Liberdade (PPLs) e 20 agentes penitenciárias da unidade feminina.
Conforme a chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase (Nuhan) da Semsa, Ana Cristina Malveira, caso sejam detectados casos suspeitos, a partir das respostas ao questionário, será feita uma avaliação dermatológica pela equipe médica da unidade, conjuntamente com a equipe do núcleo. “Em caso de confirmação da doença, será iniciado tratamento e acompanhamento”, complementa.
Ana Cristina explica que o QSH é um instrumento utilizado para realizar a busca ativa de casos de hanseníase, tendo como objetivo coletar e reunir informações sobre eventuais manchas no corpo, com alterações de sensibilidade e também alterações em nervos, uma vez que a hanseníase é uma doença dermatoneurológica.
“Ele também é utilizado em contatos de portadores do agravo, em escolas do Programa Saúde na Escola da Semsa e entre populações vulneráveis. É adaptado conforme a população a ser avaliada, podendo ser feito de forma on-line ou presencial, como será no Compaj”, relata.
A chefe do Nuhan assinala que esta é a primeira ação de busca ativa realizada pelo núcleo dentro de uma unidade prisional. No último mês de maio, profissionais da secretaria promoveram um treinamento para servidores da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), no complexo de Saúde Oeste da Semsa, no bairro da Paz.
“No complexo Anísio Jobim, começamos pela unidade feminina, por ser menor, e posteriormente iremos realizar nas alas prisionais destinadas à população masculina”, antecipa a gestora.
Doença
Doença infecciosa que afeta os nervos e a pele, a hanseníase tem cura, sendo o tratamento feito nas unidades de saúde, de forma gratuita. Quanto mais cedo for diagnosticada e tratada, mais fácil e rápida será a recuperação, bem como menor o risco de lesões irreversíveis.
De acordo com Ana Cristina, a doença é causada pelo Mycobacterium leprae, também chamado bacilo de Hansen, ocorrendo a transmissão a partir do convívio íntimo e prolongado com pessoas infectadas e sem tratamento, por meio de secreções nasais e saliva, em gotículas de fala, tosse ou espirros.
“Não falamos aqui no sentido sexual, mas de conviver no núcleo familiar, na escola, no local de trabalho ou de reclusão”, pontua.
Após o período de incubação, que pode durar vários anos, a pessoa infectada pode apresentar manchas brancas ou avermelhadas com perda de sensibilidade, sensação de fisgadas ou formigamento nas extremidades, diminuição da força muscular, entre outros sintomas.

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Texto – Jony Clay Borges/Semsa
Fotos – Divulgação/Semsa