Prefeitura já gastou R$ 2 milhões com limpeza de igarapés este ano

Por Prefeitura de Manaus

31/03/2014 15h39

Icone audio

multlimigara2

 

A Prefeitura de Manaus já gastou R$ 2.136.270,38, somente no primeiro trimestres deste ano, com serviços de limpeza nos igarapés para evitar o acúmulo de lixo e alagações durante o período de chuva e a subida dos rios. Por mês, são retiradas 406 toneladas de resíduos sólidos dos igarapés, com gasto de R$ 712 mil com coleta, disposição final de lixo, aluguel de balsas, escavadeiras hidráulicas, botes e equipes de garis especializados neste tipo de trabalho.

 

“É um trabalho caro, que precisa ser feito constantemente senão todo o lixo dos igarapés vai chegar ao Rio Negro durante as enxurradas comuns nesse período”, disse o subsecretário da Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp), José Rebouças, destacando a necessidade de que a população colabore com todo esse esforço, não jogando lixo.

 

“É comum encontrar, além dos resíduos domésticos, geladeiras, fogões, móveis e até mesmo animais mortos”, observou. “Falta consciência aos moradores das encostas que descartam esses eletrodomésticos no igarapé, sem a mínima preocupação de onde eles irão parar”, enfatizou.

 

Limpeza de orlas

Diariamente, a equipe especializada em limpeza de igarapés atua em pontos estratégicos nas orlas do São Raimundo e Educandos com duas balsas equipadas com retroescavadeiras hidráulicas e cinco botes. De acordo com o responsável pelo trabalho das balsas, Osmar Albuquerque, no São Raimundo acumula-se o lixo vindo dos igarapés do Mindu, Franco, Educandos e do igarapé do 40.

 

As equipes da Semulsp utilizam as ecobarreiras – cercas de arame e garrafas pets – para acumular o lixo e facilitar a remoção. “O uso das barreiras é primordial para o nosso trabalho. Elas ajudam a conter e a acumular o lixo vindo de outros igarapés. Recolhendo nos pontos estratégicos evitamos que os resíduos cheguem ao Rio Negro”, explicou.

 

Nos igarapés, a Semulsp também atua com uma equipe de 30 pessoas, especialmente nos lugares onde as balsas não alcançam. “O melhor momento para fazer a limpeza é durante a subida do rio, por isso utilizamos as balsas e as equipes terrestres evitando que o lixo fique acumulado nas orlas e durante a vazante se espalhe cada vez mais”, disse Albuquerque.

 

Trabalho arriscado

O gari Waldeci Ferreira, que está há três anos na profissão, conta que é muito difícil realizar os trabalhos de limpeza nos igarapés porque além dos serviços de capinação, poda e retirada de lixo das margens é necessário entrar na água para retirar resíduos que ficam presos. “É muito arriscado entrar nos igarapés, existe o risco de contaminação, de se machucar e até mesmo o contato com bichos”, contou.

 

Além da coleta, a Semulsp atua diariamente canalizando igarapés e construindo rip-rap principalmente nas orlas dos bairros de São Raimundo e de Educandos.

 

Recuperação

Desde a segunda-feira, 24, uma equipe de 30 garis está atuando no Bairro da União por onde passa o igarapé do Bindá. O gerente de operações da Semulsp, José Renato, destaca que a consciência e a contribuição do povo poderiam tornar os igarapés limpos novamente. “O Bindá tem 2,8 quilômetros de extensão e nasce no bairro do Mundo Novo. Ele poderia se manter limpo se a população não jogasse lixo. Nós deixamos tudo limpo, mas basta uma chuva para o lixo se acumular novamente”, disse.

 

Dragagem

Além dos serviços de limpeza, a prefeitura está executando serviços de dragagem em diversos igarapés da cidade por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf).

 

A dragagem consiste em recolher resíduos acumulados dentro dos córregos, retirar parte da terra acumulada e realizar uma melhor abertura do canal, possibilitando o fluxo no leito do igarapé, evitando alagações durante as fortes chuvas.

 

Atualmente, a Seminf está realizando o serviço de dragagem nos igarapés dos bairros de Jorge Teixeira, Monte das Oliveiras, Mutirão, Cidade Nova, Nova Cidade e Comunidade Santa Marta, Lírio do Vale, Gustavo Nascimento e Santa Etelvina.

 

Matéria: Ulysses Marcondes

Fotos: Karla Vieira e Tácio Melo