São Tome e Príncipe

Por Prefeitura de Manaus

18/10/2010 12h51

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A comitiva de São Tomé e Príncipe, país situado no golfo da Guiné, no continente africano, que está em Manaus para conhecer as ações de controle da malária visitou na manhã de sábado, 13, a comunidade Nossa Senhora de Fátima, na região do rio Tarumã-Mirim. O local é uma das áreas endêmicas da doença na cidade, onde Governo do Estado, por meio da Fundação de Vigilância e Saúde (FVS) e Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), realizam a Operação de Controle da Malária.

A delegação é formada por seis especialistas, entre epidemiologistas, biólogos e estatísticos, além de duas técnicas do Ministério da Saúde, órgão organizador da missão. A vinda dos pesquisadores faz parte das ações do acordo bilateral de cooperação técnica desenvolvido entre Brasil e África, com financiamento norte-americano, para a erradicação da malária nos dois países.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Francisco Deodato, o acordo envolve a troca de conhecimentos mútuos e compartilhamento de experiências dentro da estratégia de cada país. Em agosto será a vez de especialistas amazonenses irem a São Tomé e Príncipe.

Em Nossa Senhora de Fátima, comunidade ribeirinha localizada há cerca de 40 minutos de barco de Manaus, os africanos puderam observar o trabalho de prevenção, com busca ativa e passiva de doentes além de técnicas de coleta de lâmina para exame e verificaram in loco os resultados da utilização pela comunidade de telas para janelas e mosquiteiros impregnados de inseticida, entregues pela Semsa e FVS. No laboratório da Unidade de Saúde Rural, que a Prefeitura de Manaus mantém na área, eles observaram a técnica de  gota espessa e de coloração na identificação do tipo de malária, realizado pelos técnicos da Semsa.

“Depois que as equipes de saúde passaram a atuar aqui paramos de ficar doente”, confessou a doméstica Sandra Maria Costa, 48 anos. Segundo ela, ano passado todos os seis membros da família, tiveram malária, enquanto este ano apenas um ficou doente, mas foi tratado de imediato. “Nossas casas foram teladas e os mosquiteiros têm ajudado muito. Os mosquitos também pararam de atacar com as borrifações e fumacê”, completou.

Segundo o coordenador de malária de São Tomé, Herodes Lompão, o acordo de três anos visa erradicar a malária em 2011 em seu País. “Percebemos que Manaus e o Amazonas como um todo constituem uma grande referência no combate à malária. O trabalho de vigilância epidemiológica, de controle de portos e aeroportos e o sistema de comunicação e informação baseado no georreferenciamento são as experiências que desejamos implantar”, observou Lompão.

Formado por duas ilhas, São Tomé e Príncipe possui 180 mil habitantes e em 2006 chegou a registrar próximo de 60 mil casos de malária, com 200 óbitos por ano. Com uma estratégia nacional de erradicação, em 2008, foram registrados 2.225 casos e 12 óbitos.  “A meta é conseguirmos baixar os casos anualmente para em 2011 erradicarmos de vez a malária”, disse Lompão.