BOAS PRÁTICAS – Tudo vira arte

Há mais de 15 anos atuando como servidor da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), o agente de endemias Ricardo Silva, 55 anos, utiliza o seu talento como artesão para desenvolver objetos, maquetes e fantoches com produtos reciclados, que são utilizados em campanhas de conscientização realizadas pela prefeitura. A arte, que ajudou a transformar a sua vida, ainda na infância, agora é um dos instrumentos utilizados para melhorar a qualidade de vida a população manaura.

Ricardo conta que realizou o curso técnico de enfermagem e, em seguida, foi aprovado em concurso público para a Prefeitura de Manaus. Após nomeado, começou a trabalhar na rua como agente de endemias, mas não se sentia confortável longe da sua grande paixão: a arte. Após um tempo, a então diretora de departamento solicitou a ele que fizesse um boneco para uma campanha. A partir dali, a sua história na gestão municipal se transformou.

“Desde pequeno, eu senti que tinha um dom para isto. Com o incentivo da minha mãe, eu segui neste trabalho. Eu também fiz a área de enfermagem, mas não me identifiquei. Comecei a trabalhar fazendo pequenas maquetes para escolas, para postos de saúde e grafites na rua. Eu vi que era um trabalho útil para a sociedade, também por ser um trabalho de reciclagem, que foi o meu carro chefe. As pessoas viram o meu talento e começaram a doar material. Tudo vira arte”, afirmou o artesão.

Durante o período do inverno amazônico, Ricardo Silva intensifica o seu trabalho para criar mais personagens que auxiliem em campanhas de combate à dengue, chikungunya e zika, que são doenças sazonais, com tendência de maior concentração de casos entre os meses de janeiro e maio, em todo o Amazonas.

“Levamos para as escolas e as crianças aprendem. É um trabalho lúdico, porque as crianças querem tocar e sentir os bonecos. Isso é muito gratificante. Creio que não só eu, mas tem muitas pessoas que poderiam fazer o mesmo, usar o material reciclado para realizar outros trabalhos e ajudar a comunidade. Ao invés de jogar o lixo na rua, a gente poderia usar aqui mesmo. Isso diminuiria a poluição que vimos nos rios e igarapés”, concluiu.