Profissionais de saúde participam de fórum para integrar serviços a gestantes e recém-nascidos
13/04/2016 19h37

Integrar e melhorar a comunicação entre os serviços de saúde envolvidos no pré-natal, parto e puerpério (período de 45 dias após o parto), a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) realizou na tarde desta quarta-feira, 13, o segundo Fórum de Vinculação ao Pré-Natal do ano de 2016.
Nesta edição do evento, estiveram reunidos 200 profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nas maternidades Instituto da Mulher Dona Lindu e Balbina Mestrinho, localizadas na zona Sul de Manaus, com organização do Distrito de Saúde Sul (Disa Sul). Foram abordados os temas “Serviço de Referência Obstétrica para Zika Vírus instalado na UBS Nilton Lins”; “Fluxo de atendimento do recém-nascido com suspeita de microcefalia ou síndrome neurológica”; e “Resultados do trabalho de vinculação realizado em 2015 entre as UBSs e as maternidades da zona Sul”.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão Neto, durante o ano cada um dos Distritos de Saúde Sul, Oeste, Norte e Leste, promove três Fóruns de Vinculação ao Pré-Natal, envolvendo os profissionais da Atenção Básica, que realizam o pré-natal nas UBSs, e maternidades localizadas em sua área de abrangência. “É quando os profissionais têm a oportunidade de aprofundar o diálogo e estabelecer pactos para a melhoria da rede de atendimento, encontrando formas de fortalecer o vínculo das gestantes com os serviços de saúde”, informou.
Responsável técnica pelo programa de Saúde da Mulher no Disa Sul, a enfermeira Lúcia Marques de Freitas ressaltou que esses fóruns fazem parte de uma estratégia maior da Semsa para fortalecer a vinculação das gestantes, ainda durante o pré-natal, às maternidades onde irão realizar o parto, com o objetivo de reduzir os índices de mortalidade materna e infantil.
O município de Manaus registrou no ano passado 19 casos de morte materna, 22 casos a menos do que no ano de 2014. O registro coloca a cidade de Manaus com uma razão de mortalidade de 34/100 mil nascidos vivos, sendo que a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece como aceitável uma razão de mortalidade de até 20/100 mil nascidos vivos.
“A vinculação é uma das estratégias que têm contribuído para a redução da mortalidade materna e infantil, mas é um trabalho que precisa ser reforçado de forma contínua para que seja possível enfrentar os novos desafios que vão surgindo, como é o caso do cuidado à gestante e ao recém-nascido com suspeita de microcefalia ou síndrome neurológica causada pelo zika vírus”, reforçou Lúcia Freitas.
Para a médica Shádia Fraxe, que atende a população na Unidade Básica de Saúde da Família-Sul 50, no bairro Aleixo, o combate à mortalidade materna e infantil é uma luta incessante, mas o trabalho que vem sendo realizado por meio da vinculação já traz bons resultados. “É uma estratégia que permite que a grávida possa conhecer e saber com antecedência qual a maternidade onde fará o parto, tendo acesso a um atendimento mais direcionado às suas necessidades. Isso traz um conforto, uma segurança e confiança que não tem preço para uma mulher que passa por um momento tão delicado e maravilhoso da vida”, ressaltou a médica.
Além da vinculação no pré-natal, a Semsa tem estabelecido uma série de outras ações de combate à mortalidade materna e infantil. De acordo com assistente social Neide Negreiros, do Núcleo da Saúde da Mulher da Semsa, podem ser destacadas ações como: a ampliação da oferta do pré-natal nas Unidades Básicas de Saúde com a capacitação de médicos clínicos gerais, aumentando o número de profissionais na realização do serviço; a garantia do atendimento na chamada agenda aberta nas UBSs para que todas as mulheres gestantes sejam acolhidas de forma prioritária, iniciando o pré-natal o mais rápido possível; a capacitação de profissionais para a estratificação de risco no pré-natal em baixo, médio e alto risco, para que a mulher possa ser atendida com a urgência necessária de acordo com cada caso.
“Também estamos trabalhando com o Comitê de Prevenção ao Óbito Materno, Infantil e Fetal, que reúne profissionais de instituições públicas e privadas que atendem mulheres, monitorando dados epidemiológicos e levando informações aos gestores. Além de implementar um Grupo de Trabalho envolvendo as secretarias estadual e municipal de Saúde, e maternidades, para analisar detalhadamente os casos de morte materna e infantil”, explicou Neide Negreiros.
Texto: Eurivânia Galúcio
Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa): 92 3236-8315