Prefeitura realiza mutirão de dermatologia como atividade do Janeiro Roxo

Por Prefeitura de Manaus

27/01/2018 12h32

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Exames de pele e consultas dermatológicas foram as principais atividades do mutirão de saúde, realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), em parceria com a Fundação Alfredo da Matta, na manhã deste sábado, 27/1, no bairro Colônia Antônio Aleixo, zona Leste de Manaus.

 

O mutirão faz parte das atividades do Janeiro Roxo, mês dedicado à luta contra a hanseníase e complementa os serviços de intensificação do diagnóstico, tratamento e orientações sobre a doença, que vêm sendo realizados desde o início do mês nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

 

Os atendimentos à população foram feitos na Escola Estadual Gilberto Mestrinho e tiveram início às 8h, com apoio do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).

 

Foram oferecidas 800 vagas de atendimento, das quais 400 para os que já estavam inscritos no Sistema de Regulação de exames e consultas (Sisreg) e as demais para os interessados em fazer o primeiro exame de pele ou testes rápidos para HIV e sífilis, que também foram ofertados pelo mutirão. O total de pessoas atendidas, entre adultos e crianças, será contabilizado na próxima segunda-feira pela equipe técnica de coordenação do evento.

 

Segundo o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi, foram mobilizados mais de 100 profissionais, entre médicos, enfermeiros, psicólogos e técnicos para realizar os exames de pele, as consultas e o trabalho de educação em saúde. O secretário explicou que o objetivo do mutirão foi identificar casos de hanseníase e outras enfermidades que apresentam sinais na pele, reforçando a orientação quanto a medidas de prevenção e identificação desses sinais. “Sabemos que quanto mais cedo for feito o diagnóstico e mais rápido for iniciado o tratamento, mais rápida é a cura”, lembra.

 

Magaldi acrescenta que todas as unidades da rede de atenção primária da Prefeitura de Manaus estão preparadas para fazer a triagem dos pacientes com suspeita de hanseníase e que unidades de atendimento referencial oferecem o tratamento e fazem o acompanhamento dos casos confirmados.

 

A chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase, Eunice Jacome, destaca que, apesar de significativa redução nos últimos anos, a hanseníase ainda é um importante problema de saúde pública no Brasil. “No Amazonas, a incidência caiu de 44,3 casos por 100 mil habitantes, no ano 2000, para 10,98 casos por 100 mil em 2017, mas a luta contra a doença é contínua, envolvendo orientação e atendimento de qualidade”, informou.

 

O mais recente Boletim Epidemiológico de Hanseníase do Amazonas, elaborado pela Fundação Alfredo da Matta, que é unidade de referência em pesquisa e tratamento da doença, mostra que no ano passado foram confirmados 446 casos novos de hanseníase no estado, dos quais 126 detectados em Manaus.

 

Eunice ressalta ainda que a hanseníase é uma das doenças mais carregadas de estigma por força das deformações físicas causadas pela falta de tratamento, que só foi adotado pelo sistema de saúde há pouco mais de 30 anos, e pela exclusão social das pessoas afetadas pela doença. “Precisamos eliminar o preconceito que ainda existe e ampliar o conhecimento da população, lembrando sempre que a doença tem cura”, alertou.

 

Campanha

Para dar suporte às ações do Janeiro Roxo, a Prefeitura de Manaus elaborou faixas, placas e folhetos para a campanha de esclarecimento sobre a doença. As peças destacam a importância de suspeitar de manchas na pele que não apresentam sensibilidade ao frio, ao calor ou à dor, um dos principais sinais da hanseníase. O material de campanha ainda orienta para a busca de diagnóstico nas unidades públicas de saúde imediatamente após a suspeita, para garantir a cura em menor tempo e interromper a transmissão do bacilo para outras pessoas.

 

Para encerrar as atividades do mês, Semsa e Fundação Alfredo da Matta, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), coordenam a iluminação, em tom roxo, do Teatro Amazonas. As luzes serão acesas às 18 horas do próximo dia 31, ao mesmo tempo em que balões roxos serão soltos no céu. Uma hora antes, equipes da Secretaria e da Fundação farão a distribuição de material informativo sobre a hanseníase no Largo de São Sebastião.

 

Ainda no dia 31, o Ministério da Saúde lança a campanha nacional de combate à Hanseníase, com o tema “Hanseníase: Identificou. Tratou. Curou”. A campanha destaca a importância do diagnóstico precoce e enfatiza que a doença, causada pelo bacilo de Hansen, tem cura.

 

Sobre a Hanseníase

A hanseníase, também conhecida como lepra ou mal de Hansen é uma doença infecciosa, não hereditária, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae), que pode afetar indivíduos de ambos os sexos e em qualquer idade. As principais manifestações da hanseníase são lesões na pele e nos nervos periféricos. Se não tratada, a doença pode causar sérias deformações e incapacidades físicas. Os principais sintomas são:

 

– Manchas brancas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, geralmente com perda da sensibilidade à dor, ao calor, ao frio e ao tato. As manchas são mais frequentes nas extremidades das mãos e dos pés, rosto, orelhas, pernas e nádegas;
– Alteração da sensibilidade em áreas secas da pele, com diminuição do suor e dos pelos (principalmente nas sobrancelhas);
– Dor e sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nos braços e nas pernas;
– Diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos);
– Inchaços das mãos ou dos pés.

 

O diagnóstico é feito por meio de exame clínico (geral e dermatoneurológico), que identificam as alterações de sensibilidade da pele e o comprometimento dos nervos periféricos. Em Manaus, a rede pública municipal está apta a realizar o exame dermatológico para suspeição da hanseníase e todas as Unidades Básicas de Saúde estão preparadas para o tratamento.

 

A hanseníase é transmitida de uma pessoa infectada (sem tratamento) pelo bacilo de Hansen para uma pessoa sadia, por meio de secreções nasais, tosses e espirros. As chances de transmissão são maiores quando o contato com a pessoa doente é prolongado, em ambiente fechado, com pouca luz solar e pouca ventilação. Apesar da alta capacidade de transmissão do bacilo de Hansen, poucas pessoas (as mais suscetíveis) adoecem, pois a maior parte da população possui defesa natural contra o bacilo. O período de incubação da hanseníase é longo, geralmente são necessários de 2 a 7 anos para que a doença se manifeste.

 

O tratamento da Hanseníase é feito com um conjunto de medicamentos (tratamento polioquimioterápico – PQT) oferecido gratuitamente pelo sistema público de saúde e pode durar de 6 meses a 1 ano, dependendo da forma clínica diagnosticada. Quanto mais rápido o diagnóstico, mais fácil é a cura. Com o início do tratamento, a doença deixa de ser transmitida.

 

Texto: Andréa Arruda Semsa

Fotos no Flickr: Altemar Alcântara / Semcom e José Nildo / Semsa
Disponíveis em: https://flic.kr/s/aHsmdaBmKw ​

Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa): (92) 3236-8315